Encontro define propostas das Américas para enfrentar mudanças climáticas

23/11/2008 - 7h31

Lúcia Nórcio
Enviada especial
Foz do Iguaçu (PR) - Autoridades em recursos hídricos das Américas do Sul, do Norte, Central e do Caribe participam a partir da noite de hoje (23), em Foz do Iguaçu (PR), do maior evento internacional que antecede o 5° Fórum Mundial da Água, a ser realizado em Istambul (Turquia) em março de 2009. Está confirmada a participação de 33 países, que até terça-feira (25) estarão discutindo novas políticas para questões ambientais.No encontro será elaborado um documento com as propostas das Américas para o mundo enfrentar o desafio do atual cenário de mudanças climáticas. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participa da abertura, juntamente com o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), José Machado, e o presidente do Conselho Mundial da Água, o francês Loïc Fauchon, considerado a maior autoridade do mundo em gestão e aproveitamento de recursos hídricos e saneamento.O Fórum de Água das Américas é uma iniciativa de diversas instituições, entre elas o Consórcio Regional das Américas (CRA), a Agência Nacional de Águas (ANA), a Itaipu Binacional e o governo do Paraná.De acordo com projeções da Organização das Nações Unidas (ONU), se não forem tomadas medidas corretivas agora, em 2050 praticamente metade da população mundial sofrerá com a falta de água, uma realidade que, na opinião do anfitrião do evento, o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, justifica a realização do fórum. "Estamos aqui com cerca de 3.500 participantes, pessoas que se preocupam com o desmatamento, com as conseqüências das adversidades climáticas, com o uso indiscriminado de agrotóxicos, erosão de solos , com a poluição industrial e urbana. São pessoas que já se conscientizaram de que a água é um bem finito". Segundo Samek, o planeta é constituído de dois terços de água e de apenas um terço de terra, mas a água doce disponível para a população atualmente é de menos de 1%. Desse total, 13% estão no Brasil, 27% na América Latina. "Isso nos torna responsáveis pelo futuro", afirmou.Para o presidente da Itaipu , terra e água não são patrimônios que herdamos de nossos pais, "são patrimônios que estamos tomando emprestado de nossos filhos e que temos a obrigação de devolver em melhores condições do que recebemos”.Paralelamente ao Fórum de Águas das Américas, será realizado o 5º Encontro Cultivando Água Boa, o programa socioambiental da Itaipu Binacional, composto por 70 projetos e 108 ações ambientais de recuperação de todas as 29 microbacias do entorno do reservatório da usina. O programa é considerado modelo no país, com vários prêmios internacionais na área de promoção da educação ambiental.