Ex-subsecretário de Segurança do Rio desconhecia que foi grampeado

18/11/2008 - 19h16

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ex-subsecretáriode Segurança Pública do Rio de Janeiro MárcioDerenne vai pedir que seja feita uma investigação sobrea possibilidade de ter sido vítima de interceptaçõestelefônicas ilegais. O delegado, que prestou depoimento hoje(18) na Comissão Parlamentar de Inquérito das EscutasTelefônicas Clandestinas da Câmara dos Deputados, dizque recebeu com surpresa a convocação da comissão.“Eu não tinhaconhecimento que havia sido interceptado ilegalmente. Vou acionartodos os órgãos competentes para que haja umainvestigação sobre o que realmente aconteceu”,afirma. Derenne diz que vai encaminhar a convocação querecebeu da CPI aos Ministérios Públicos Federal e Estadual para que sejam determinadas investigaçõesinternas.O delegado afirma que,apesar de ter ouvido boatos sobre dossiêse de interceptações telefônicas, nunca teve acomprovação da existência de alguma escutailegal. O ex-subsecretário garantiu que a suspeita nãoteve influência no seu afastamento, que, segundo ele, ocorreupor causa de divergências sobre a forma como a políticade segurança pública é conduzida no RJ.“As causas da minhasaída foram os desentendimentos ideológicos, morais,profissionais e administrativos. O número de mortes de civis ede inocentes no Rio de Janeiro incomodava o meu sono. Nóstemos que rever a forma como a política ditada pelo estadoestá sendo aplicada”, disse.Derenne tambémdefendeu o uso de grampos nas investigações policiaiscriticou a dependência da “boa vontade” das operadoras detelefonia para a obtenção de informações.“Qualquer autoridade policial e judiciária está presacom a burocracia das operadoras de telefonia”, disse.