Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Grande parte dos recursos obtidos com oesforço fiscal do governo em 2008 para contenção de despesas poderáfazer face a dificuldades que serão enfrentadas pela economia nopróximo ano, de acordo com o presidente do Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Ele esteve hoje (18) em audiência da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, onde discutiu o Fundo Soberano.Coutinho lembrou que, enquanto nos anos anteriores a economia crescia na faixa de4,5%, neste ano a expansão foi de 6% no primeiro semestre, em relaçãoao mesmo período de 2007. Ele, no entanto, admite que o horizonte previsto para2009 é menos favorável. Apesar disso, Coutinho acredita que o país poderá retomar o crescimento porquetem um setor financeiro forte. Além disso, a área empresarial também é muitocapacitada para se posicionar em momentos de dificuldades. "A economiainterna tem fundamentos que vão superar a crise que será debelada com aestabilização do investimento", disse, lembrando que o BNDES não sentiuaté agora qualquer retração na disposição do empresariado de investir eminfra-estrutura.Nesse sentido, ele lembrou que o banco recebeueste ano consultas para projetos que chegam a R$ 52 bilhões, enquantono ano passado a previsão era de investimentos de R$ 37 milhões. Ofinanciamento a empresas, pela instituição, subiu de R$ 50 milhões noano passado para 150 milhões em 2008, especialmente na área de bens decapital e manufaturados. O programa Revitaliza, do BNDES aportará R$ 6bilhões no apoio a empresas e está em estudo na area econômica, acriação de linha de crédito de R$ 10 bilhões, para apoiar a formaçãode capital de giro de empresas em dificuldade. O banco segundo ele,conta com o suporte de recursos de R$ 27 bilhões do Tesouro Nacional,remunerados a juros de mercado. Todo esse quadro, na avaliação de Coutinho, permitirá que oBNDES continue em ação no apoio à atividade econômica.