PMDB ganha condições para fazer uma boa eleição em 2010, avalia cientista político

27/10/2008 - 9h41

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Após disputar osegundo turno em 12 cidades brasileiras e conquistar um total de oitoprefeituras, o PMDB tem todas as chances de fazer uma boa eleiçãoem 2010 – tanto na escolha de deputados federais quanto na disputa presidencial. A avaliaçãoé do cientista político da Universidade de Brasília(UnB), Leonardo Barreto.“O PMDB formou umarede de palanques muito grande e governa um contingente de quase 30milhões de pessoas. tem uma boa base eleitoral para pensar em2010”, afirmou o especialista em entrevista ao programa Notíciasda Manhã, da Rádio Nacional.As mais importantesconquistas do partido foram em Porto Alegre e em Salvador – onde venceu confrontodireto com o PT – além do Rio de Janeiro, segundo maiorcolégio eleitoral do país. Os peemedebistas ganharam,ainda, em Campos (RJ), Montes Claros (MG), Campina Grande (PB),Florianópolis (SC) e Bauru (SP).Barreto afirmou que,após o pleito municipal, o PMDB precisa definir um rumo. “A legenda éextremamente fragmentada e ninguém pode afirmar, hoje, quemtem o controle do que o partido vai fazer daqui a alguns anos.” Mesmoa oposição, liderada pelo PSDB e pelo Democratas,segundo ele, tem expectativa de conseguir atrair o partido comoaliado.“E isso faz sentidoquando a gente vê que o PMDB forneceu o vice da chapa deGilberto Kassab e que o próprio presidente do diretóriopaulista do partido, o ex-governador Orestes Quércia, afirmouque vai se empenhar para levar o PMDB para o lado de JoséSerra.”Para o cientistapolítico, há espaço ainda para que o partidoinvista em uma candidatura própria para a disputa presidencialde 2010. “O PMDB tem nomes importantes e o principal deles talvezseja o do governador Sérgio Cabral”. Outra possibilidade, deacordo com Barreto, é de que o partido busque um nomede fora da legenda, como o governador Aécio Neves. “Ésempre uma possibilidade. O destino do PMDB ainda é umaincógnita a curto e médio prazo”, disse.Diante da expectativade sucessões nas mesas da Câmara dos Deputados e doSenado já no início de 2009, ele avalia que o pleitodentro do próprio Congresso Nacional deve funcionar como “umótimo teste” para traçar o cenário políticono país.“Existe um acordofirmado há dois anos em que o PMDB apoiaria um candidato do PTno Senado e o PT apoiaria um do PMDB na Câmara dos Deputados.Até agora, esse compromisso tem sido divulgado pelos líderescomo uma coisa que vai acontecer de fato. Uma articulação entre os dois partidos nasceagora, dentro dessas eleições. A gente vai poderobservar a solidez desse compromisso e fazer algumas projeçõespara 2010.