Amanda Cieglinski
Enviada especial
Joinville (SC) - Essa foi a quinta vezque o novo prefeito de Joinville, Carlito Merss (PT), concorreu aocargo. Eleito duas vezes deputado estadual e três vezes deputadofederal, Carlito será o primeiro prefeito do PT a governar a cidade. A eleição – que terminou ontem com 170 mil votospara o petista e 104 mil para Darci de Matos (DEM) – quebra jejum do partido na administração da cidade e, segundo odeputado estadual Kennedy Nunes (PP), marca o fim da gestão de direita. Ele, que foi o terceiro candidato àprefeito mais votado no primeiro turno, disse que agora "Joinville não tem mais rei".“Todo elásticouma hora cansa e chegou a hora do elástico desse governocansar, a população acordou. Tem uma hora que chega amudança e o eleitor previu isso. É o fim de um império,um grupo que mandava. Na minha análise, o maior derrotado nãoé o Darci, mas o governador Luiz Henrique [PMDB]. E a mudançaé a grande vencedora”, afirmou.Luiz Henrique daSilveira, atual governador de Santa Catarina, foi prefeito deJoinville em 1996 e em 2000. Afastou-se em 2002 para disputar ogoverno do estado, assumindo em seu lugar o tucano Marco Tebaldi,reeleito em 2004. Os dois apoiaram Darci nesse segundo turno, mas naprimeira fase do pleito estavam divididos. Luiz Henrique apoiavaMauro Marini (PMDB), que teve 12% dos votos. Concorria ainda o atualvice-prefeito Rodrigo Bornholdt (PDT), apoiado por Tebaldi. Naspalavras do próprio Tebaldi, a “tríplice aliança”que se revezava no poder da cidade sai arranhada desse pleito. “Em Joinville, ela[tríplice] sai arranhada, sem dúvida. Não sei se a médioprazo vamos conseguir refazer isso. Mas temos que nos esforçar. Esse é o caminho que conduz a 2010. Dessa eleição,podemos tirar uma lição para a disputa pelo governo doestado em 2010”, analisou.A senadora IdeliSalvati (PT), que desde o início apoiou a campanha de Carlito,acredita que o resultado das eleições no estado mostraque não há favoritos para 2010. “Nós tivemos umadiversificação muito grande. Ninguém pode dizerque saiu muito vitorioso ou muito derrotado. Em uma perspectiva para2010, não temos uma pessoa ou partido que se destacou, vamoster um pleito muito acirrado”, avalia.Sobre a vitóriade Carlito, a senadora acredita que foi resultado de um desejo demudança da população e representa também uma perdade forças do governador e de seus aliados. “Essa mudançajá estava latente e a população mostrou isso deforma muito concreta no primeiro turno”, apontou.Após oresultado, Tebaldi avalia que os partidos deveriam ter se unido desde o início. A crítica é ao PMDB da cidade que nosegundo turno rachou e algumas lideranças apoiaram Carlito. Eainda a Rodrigo Bornholdt, que por acordo deveria apoiar Darci nosegundo turno, mas escolheu o petista. Logo que o relógiomarcou 17h, eleitores começaram a chegar ao Centro de EventosCau Hansen para acompanhar a apuração dos votos que iadecidir o futuro da cidade. A arquibancada ficou lotada e ospresentes vibravam a cadaparcial que colocava Carlito na frente.