Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A candidata à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (PT), iniciou o domingo manifestando a confiança de que a militância nas ruas iria reverter o resultado das pesquisas, que indicavam margem de vantagem para o adversário, Gilberto Kassab (DEM).“A militância está firme e forte”, disse, em entrevista coletiva, na sede do Sindicato dos Engenheiros, no centro da cidade, antes de dirigir-se ao Colégio Madre Alix, no Jardim Paulistano, onde votou às 10h24.Marta usava um vestido com estampas em que predominava o vermelho, a cor de sua legenda. Ela chegou ao sindicato, às 9h, sendo recebida com muitas palmas por parte dos correligionários e coordenadores de campanha, entre os quais estavam membros dos partidos aliados (PC do B, PDT, PTN, PRB, PSB). Entre os que acompanharam sua entrevista, estavam o candidato a vice, Aldo Rebello (PCdoB); o deputado federal José Genoíno (PT-SP); o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força Sindical; e o ministro do Turismo, Luiz Barretto.“Nesses meses, todos nós apresentamos o melhor programa para a cidade de São Paulo para que diminuísse a desigualdade social e entrasse realmente no século 21 com as grandes reformas que a cidade precisa”, avaliou Marta. Ela queixou-se de ter sido vítima de desqualificação por parte da campanha de rádio e TV de seu adversário, Gilberto Kassab (DEM), no segundo turno. “Foi uma campanha desqualificadora da minha imagem o tempo inteiro”, desabafou, fazendo questão de esclarecer que isso não ocorreu diretamente por parte do seu concorrente, mas por meio de “musiquinhas”. A candidata criticou a atual gestão, destacando que, durante a campanha, ficou impressionada com estado de pobreza que pôde constatar na periferia da cidade, justamente em um momento em que a economia brasileira está aquecida. “Fiquei impressionada com a pobreza que não existia há 4 anos e também com o aumento dos moradores de rua, crianças em sinais e o aumento da pobreza aparente num momento em que o Brasil cresce tanto e São Paulo deveria fazer esse salto junto e eu percebo que esse momento não foi aproveitado aqui em São Paulo”, considerou .Ela apontou que não foi priorizado o transporte e nem a educação. "Muito menos foram construídos os Ceus [unidades escolares surgidas durante o seu governo]", disse a candidata. Marta defendeu pontos de sua proposta de governo, destacando, entre outros, a ampliação do número de creches. Questionada sobre os ataques mais duros a que recorreu, no final da campanha, Marta argumentou ser natural que isso aconteça. “O tom da campanha foi subindo e nós não subimos o tom primeiro”, defendeu-se.Um jornalista perguntou porque o presidente nacional do PT, o ex-ministro, Ricardo Berzoini, não participou ativamente de sua campanha. “Não tenho a menor idéia”, respondeu a candidata esclarecendo que todos foram convidados a participar.