Em Salvador, até quem está na frente tem medo do "voto oculto"

26/10/2008 - 14h14

Luciana Lima
Enviada especial
Salvador - Em Salvador, resultado de pesquisa é visto com receio até por quem éapontado como vencedor. Depois da vitória em 2006 de JaquesWagner sobre o então governador Paulo Souto, não há quem se baseie noslevantamentos para qualquer tipo de declaração."Em Salvador e também no estado da Bahia há uma coisa chamada voto oculto, um voto que não se manifesta nas pesquisas e que não se sabe porque. Não se sabe que metodolodia deve ser empregada para identificar esses eleitores que se manifestam nas urnas", explica o cientista político, Jorge Almeida, professor da Universidade Federal da Bahia.O próprio resultado do primeiro turno das eleições não apontava para um cenário sem a presença de Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM) que esteve em primeiro lugar durante toda campanha, de acordo com as pesquisas.Ao votar hoje pela manhã, oministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que apóia do prefeito JoãoHenrique (PMDB) à reeleição, disse que estava otimista, mas que gostaria decomentar a vitória somente à noite, em cima do número de votos das urnas.A pesquisa Ibope divulgada ontem aponta João Henrique com 12 pontospercentuais sobre o candidato petista Walter Pinheiro. Já o Datafolha registrou10 pontos percentuais de vantagem para o prefeito.Geddel chegou para votar, acompanhado pelo candidato à reeleição, por voltadas 9h30, no Colégio Antônio Vieira, no Garcia. Depois, os dois embarcaram nacarreata em direção ao Colégio Sartre COC, no bairro Itaigara, onde JoãoHenrique votou. Mesmo apontado como favorito, João Henrique evitou falar sobrea composição do próximo governo.“Falar agora seria apenas hipótese”.O prefeito demonstrou ainda que é muito grande a mágoacom o PT, partido que esteve em seu governo até abril deste ano. Eleenfatizou a saída do partido de sua administração com o objetivo de disputar aseleições. “Quem diria que um candidato que há doze meses atrás estavarepactuando a participação do PT na prefeitura, sairia candidato depois contramim”.Enquanto uns evitam comemorar os resultados antes do fim da apuração há os que têm no "voto oculto" o fio de esperança. Ao acompanhar o candidato petista à seção eleitoral, o deputado Nelson Pellegrino ressaltou que não confia nas pesquisas porque sabe que a metodologia usada no país, em sua opinião, não funciona para Salvador.