Mylena Fiori
Enviada especial
Porto Alegre - Das 254 prisõespor boca-de-urna nas três cidades do Rio Grande do Sul onde ocorreu segundo turno, Canoas, na regiãometropolitana de Porto Alegre, contribuiu com 200. Os númeroscolocam o Rio Grande do Sul como o estado campeão de ocorrênciasem todo o Brasil, segundo o Tribunal Regional Eleitoral. Além das detenções em Canoas,foram presas outras 49 pessoas em Porto Alegre e cinco em Pelotas. Todo o segundo turnofoi tenso em Canoas, de acordo com o procurador regional Eleitoral doRio Grande do Sul, Vitor Hugo Cunha. Ele lembra que os ânimosse acirraram após um acidente automobilístico com oatual vice-prefeito e candidato à prefeitura de Canoas peloPTB, Jurandir Maciel, há 10 dias. “A partir dessemomento começaram a haver uma série de acusaçõesdos dois lados, isso teria gerado um acirramento dos ânimos,somado ao fato de que não há propaganda eleitoralgratuita na TV em Canoas, o que faz com que a propaganda se concentremais nas ruas”, relata. Preocupados com tensõesno dia de votação, tanto Maciel quanto seu adversário,Jairo Jorge, do PT, solicitaram ao juiz eleitoral que determinasse àBrigada Militar o aumento do efetivo na região. “Infelizmenteparece que não houve, dos partidos, a contrapartida, umaorientação aos seus cabos eleitorais da proibiçãode propaganda eleitoral no dia da eleição”, afirma oprocurador. Ele acredita, noentanto, que o grande número de ocorrências nãorepresenta mais irregularidades no estado, mas uma fiscalizaçãomais efetiva e maior conscientização da população,que passou a denunciar casos de boca-de-urna.