Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente doSindicato da Indústria da Construção Civil doEstado de São Paulo (Sinduscon-SP), Sérgio Watanabe,manifestou hoje (23), por meio de nota, preocupação coma possibilidade da Caixa Econômica Federal (CEF) utilizarrecursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e dacaderneta de poupança para adquirir participaçõesacionárias de empresas de construção e desaneamento. “A constituiçãode um banco de investimentos controlado pela CEF para adquirirparticipações em empresas de habitação esaneamento não corresponde às necessidades da quasetotalidade de 100 mil construtoras pequenas, médias e grandesde todo o país”, afirma o Sinduscon-SP, acrescentando que osetor da construção civil precisa de linhas de créditopara enfrentar a crise de liquidez que atinge a economia brasileira.Segundo Watanabe, osrecursos do FGTS e da caderneta de poupança, de acordo com alegislação, devem ser destinados à produçãoe comercialização de habitação e obras desaneamento. “Deveriam, portanto,reforçar o crédito oferecido às famílias,aos investidores e às construtoras e não ser usado paraestatizar empresas. O governo está tomando recursos que jásão da construção e destinando-os para a própriaconstrução. Ou seja, está tirando dinheiro de umbolso e colocando-o em outro bolso. O que a construçãonecessita são recursos adicionais, na forma de crédito”,diz o comunicado do Sinduscon-SP.O presidente doSinduscon-SP propõe que o governo crie linhas de créditono Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)para capital de giro, para todo o setor da construção,além de linhas de financiamento para as construtoras decapital aberto que queiram realizar aquisições efusões. Watanabe sugere aindaque o governo manutenha a exigência legal de que 65% dosdepósitos da poupança sejam destinados pelos bancos aofinanciamento da habitação; a blindagem dos recursos doFGTS para que não sejam destinados a outras finalidades a nãoser para o financiamento da habitação; e manutençãodos juros baixos nos financiamentos habitacionais feitos pela CEF.