Lula afirma que obras de infra-estrutura e do PAC não param, apesar da crise

23/10/2008 - 15h56

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (23) que, apesar da crise no mercado financeiro, nenhuma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ou grande projeto de infra-estrutura vai parar."Eu já tomei uma determinação: para enfrentar uma crise que não se originou no Brasil, mas no centro do capitalismo mundial, a única e melhor solução é mais produção, é mais investimento em obras de infra-estrutura. E é continuar fazendo com que o dinheiro circule neste país, para que as pessoas tenham acesso a produtos e, conseqüentemente, possam ajudar a desenvolver a indústria brasileira", disse o presidente aos jornalistas, depois de encontro com o rei da Jordânia, Abdullah II.Lula garantiu que o governo vai continuar tomando as medidas necessárias para controlar a inflação e manter a estabilidade econômica, fazendo os gastos que forem necessários.Questionado sobre as críticas às medidas já adotadas, que estariam causando efeito contrário ao esperado, o presidente disse que elas foram meditadas, pensadas de forma "muito articulada" e que é necessário algum tempo para que os efeitos positivos sejam sentidos."Se eu pudesse fazer uma medida provisória e resolver o problema no dia seguinte, certamente eu estaria contratado para resolver o problema da crise mundial", afirmou. De acordo com Lula, as medidas adotadas até agora permitem que os problemas sejam resolvidos à medida em que aconteçam, antecipando-os.Ele disse ainda que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, já têm orientação para conversar com os bancos, "porque não há nenhuma razão para que estes parem abruptamente qualquer política de financiamento, nenhuma".Lula destacou as ações do governo, liberando compulsório para disponibilizar crédito, e defendeu que as empresas varejistas têm que continuar vendendo e a indústria, investindo. "Neste momento o Brasil tem que ir para o ataque e fazer as coisas acontecerem.""Se nós tivermos cuidado no tratamento desta crise, na hora em que ela acabar, o Brasil certamente também estará mais preparado para dar um salto de qualidade, porque isso vai ser levado em conta na hora em que a economia retomar a sua solidez", acrescentou o presidente.