Em Macapá, as duas famílias mais influentes do estado disputam a prefeitura

23/10/2008 - 4h55

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em Macapá, osegundo turno reavivou a disputa política entre duas dasfamílias mais influentes do estado. Enquanto o candidato aprefeito Camilo Capiberibe (PSB) é filho de JoãoCapiberibe (PSB), governador do estado entre os anos de 1995 e 2002,Roberto Góes (PDT) é primo do atual governador WaldezGóes (PDT), no cargo desde janeiro de 2003, de quem tem oapoio.

Candidatoda coligação que reúne seupartido (PSB), o P-SOL de seu vice, Randolfe Rodrigues, o PMN e oPPS, o deputado estadual licenciado Camilo Capiberibe tambémconta com o apoio pessoal da deputada federal Fátima Pelaes(PMDB), derrotada no primeiro turno da disputa à prefeitura, edo prefeito reeleito de Santana, o petista José AntônioNogueira, a segunda cidade mais populosa do estado.

“Essesapoios são importantes para garantir a governabilidade.Precisamos pensar em ganhar a eleição, mas tambémtemos que pensar em resolver os problemas de Macapá”, disseCamilo. “Estamos construindo as alianças para garantir, além do suporte eleitoral, o apoio necessáriopara mudarmos essa cidade”, completou o petista. Camilo tem 36 anose é bacharel em Direito.

Duranteo primeiro turno, Camilo teve de lidar com as tentativas deassociá-lo ao episódio, que resultou na cassaçãodos mandatos de seu pai, então senador, e de sua mãe,Janete Capiberibe, que, na época, era deputada federal. Ambosforam acusados de comprar votos durante as eleições de2002.

“Meusadversários políticos fazem questão de que oepisódio não seja esquecido, mas a populaçãonão considera isso um fator importante na avaliaçãoda contribuição de minha família para a históriado estado, ou não colocaria a gente na disputa”, disse opetista, líder da pesquisa de intenção de votodivulgada pelo Ibope no último dia 17.

Combase em entrevistas realizadas com 504 eleitores entre os dias 13 e14 de outubro, o instituto apurou que Camilo tinha, na ocasião,54% da intenção de votos, enquanto Roberto Góes(PDT) tinha 37%. Enquanto os eleitores indecisos somavam 9%, os quedeclararam que votarão em branco ou nulo eram 5% dosentrevistados e os indecisos, 4%.

Primodo atual governador do estado, Roberto Góes tambémconta com o apoio dos senadores José Sarney (PMDB), GilvamBorges (PMDB) e Papaléo Paes (PSDB); do deputado federal Davi Alcolumbre (DEM) e do atual presidente da Assembléia Legislativa, Jorge Amanajas, líder do diretório regional do PSDB.

Em seu quinto mandato parlamentar, o quarto como deputado estadual, Roberto, 42 anos, ocupava o cargo de primeiro-secretárioda Mesa Diretora da Assembléia Legislativa até selicenciar para disputar a prefeitura pela coligação que reúne PDT, DEM, PSDB, PTdoB e PSL.

Robertocursa Administração de Cidades e já presidiu aFederação Amapaense de Futebol, experiênciaadministrativa que, junto à adquirida como parlamentar,permitirá, segundo ele, imprimir na prefeitura “o mesmoespírito organizacional implementado no futebol amapaense”.

Em suapágina na internet, Roberto afirma gozar “de grandeprestígio” junto ao presidente da ConfederaçãoBrasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, por quem diz ter sidoconvidado para chefiar as delegações brasileiras quedisputaram a Copa América em 2004 e em 2007.

Noprimeiro turno, dos 219.241 macapaenses aptos a votar no primeiroturno, 188.601 mil compareceram às urnas. Entre os setecandidatos que concorreram no primeiro turno, Camilo Capiberibeobteve 59.864 votos, ou 33% dos votos válidos. Em segundolugar ficou Roberto Góes, com 48.020 mil votos, ou 26,53%.Houve 1.880 votos brancos e 5.696 votos nulos.