Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A posição do Brasil é “confortável” para enfrentar os efeitos da crise financeira internacional, afirmou, hoje (14), o economista chefe da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg. Ele, no entanto, advertiu que, fatalmente, haverá uma certa desaceleração da atividade econômica mundial, implicando num crescimento menor das operações de crédito e da economia brasileira.O Banco Central, conforme assinalou, já vinha tentando reduzir a demanda “por conta das pressões inflacionárias e porque a economia estava crescendo muito”. O tamanho da desaceleração vai depender, na avaliação dele, do resultado das medidas tomadas no exterior, como as dos países europeus, e do anúncio, hoje, pelo tesouro norte-americano de estímulos à liquidez do sistema financeiro. O tesouro dos Estados Unidos liberou US$ 250 bilhões do total dos US$ 700 bilhões previstos no plano do presidente George W Bush.“Isso traz um pouco mais de otimismo com relação à rapidez da solução da crise”, avalia o economista. Ele observa que essas ações de capitalização apontam para o início de uma solução , “deixando a fase aguda da crise para se entrar em uma nova fase”. Sardenberg esclarece que essa nova situação é uma tentativa de se reconstruir no exterior os mecanismos de crédito e é “onde, certamente, teremos mais regulação”.Para ele, uma segunda fase de recuperação deve levar entre um a dois anos. Sadenberg informou que, no auge dessa crise, nos último dias, houve uma contração do crédito em todos o países e no Brasil não foi diferente. “Acho que não vamos voltar ao estágio anterior de forte expansão, de liquidez muito alta, de taxas de juros muito baixas, mas vamos retornar a um estágio intermediário, inferior ao da fartura e abundância”, concluiu.