Caem vendas de títulos públicos a pessoas físicas em setembro

14/10/2008 - 20h09

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No mês em que a crise internacional se agravou, a venda de títulos públicos a pessoas físicas manteve-se praticamente estável. Segundo números divulgados hoje (14) pela Secretaria do Tesouro Nacional, o montante vendido pelo Programa Tesouro Direto, em setembro, atingiu R$ 114,7 milhões, R$ 200 mil a menos que os R$ 114,9 milhões registrados em agosto.O Ministério da Fazenda não divulgou se a queda tem relação com as turbulências no sistema financeiro internacional. Na semana passada, quando a crise se intensificou ainda mais, o Tesouro paralisou, por algumas horas, os leilões de títulos porque a volatilidade do mercado não permitia fornecer uma referência de preço aos investidores, mas essa suspensão só se refletirá no resultado de outubro.Em relação a setembro do ano passado, no entanto, a oferta de títulos públicos a pessoas físicas mais que triplicou. A alta foi de 253,1%. No acumulado de 2008, as vendas acumuladas somaram R$ 958,5 milhões, recorde para os nove primeiros meses do ano desde que o programa foi criado, em 2002.Na comparação por indexador, a maior demanda foi por títulos prefixados, que responderam por 43,2% das vendas. Esses papéis permitem aos investidores saberem, com antecedência, exatamente o quanto receberão no vencimento dos títulos. Os títulos indexados à inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficaram em segundo lugar, com participação de 35,4%.De acordo com o Tesouro Nacional, 3.458 novos investidores aderiram ao Tesouro Direto em setembro, elevando o total de participantes para 133.394. Somente nos últimos 12 meses, o total de investidores aumentou 41,5%.O estoque total de títulos em poder de pessoas físicas encerrou setembro em R$ 1,9 bilhão, alta de 41% sobre setembro de 2007. Os papéis corrigidos pela inflação responderam pela maior parte do estoque, com 42,4% de participação. Em seguida, vêm os títulos prefixados (37,2%) e os indexados à taxa Selic (20,5%).Criado em janeiro de 2002, o Tesouro Direto vende títulos públicos a pessoas físicas. Com a iniciativa, o governo pretende democratizar o acesso aos papéis federais. Os interessados em adquirir os títulos devem acessar a página do programa na internet.Os títulos são papéis que o Tesouro oferece para pegar dinheiro dos investidores e honrar os compromissos. Em troca, o governo compromete-se a devolver o valor, acrescido de um adicional, que pode ser a taxa Selic, os índices de inflação, a variação do dólar ou ser definido anteriormente, como nos títulos prefixados.