Vendas do setor supermercadista não foram afetadas pela crise, diz Abras

13/10/2008 - 17h10

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente da Associação Brasileira de Supermercados, Sussumo Honda, afirmou hoje (13) que a crise internacional ainda não atingiu as vendas do setor e que um exemplo disso foi o bom desempenho observado na semana das crianças, com o movimento dos hipermercados que comercializam brinquedos. “Os supermercados neste momento não são atingidos, mas nós sabemos que vai chegar de uma forma ou de outra por conta da nossa crise de liquidez e da queda da oferta de crédito e um pouco de aumento nos juros”, disse, ao participar do Encontro Nacional de Comércio e Serviços, em São Paulo. Honda lembrou, ainda, que a renda da maioria dos consumidores brasileiros não permite prestações de alto valor e que, por isso, pode ocorrer a busca por produtos, que possam ser vendidos em mais parcelas, de modo que o consumo seja compatível com a renda do consumidor.Além disso, ele destacou que, muitos dos produtos (bens duráveis, especialmente) comercializados nos supermercados são importados e, por isso, deve haver um impacto por conta da alta do dólar. “O setor de alimentação também deve sofrer um pouco, mas ainda não há como prever no início de uma semana com o mercado mais calmo. No decorrer da semana é que vamos ver onde o dólar vai se encaixar. A partir daí, é que vamos fazer avaliações e previsões”, afirmou.O presidente da Abras classificou a liberação de compulsórios, por parte do Banco Central, como uma tentativa de corrigir a crise de liquidez e disse, ainda, que, com a medida, o governo pretende "irrigar" o mercado. “Além disso, há também a crise de confiança com bancos não emprestando para bancos, e, por isso, há a necessidade do governo liberar esses recursos para que a economia volte a funcionar efetivamente”, avaliou Honda.