Mudanças anunciadas pelo BC podem injetar até cerca de R$ 160 bilhões no mercado

13/10/2008 - 13h45

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Asmudanças nos depósitos compulsórios anunciadaspelo Banco Central até hoje (13) podem injetar no mercado atécerca de R$ 160 bilhões. Desdeo agravamento da crise financeira internacional, com a quebra dobanco de investimento norte-americano Lehman Brothers, foramanunciadas várias medidas de liberação dosrecursos que as instituições são obrigadas arecolher ao Banco Central, o chamado depósito compulsório.Segundoo BC, com a medida de hoje podem ser injetados no mercado atéR$ 100 bilhões, de acordo com a necessidade de recursos nosistema financeiro nacional. Ou seja, aliberação não é imediata, mas seráfeita se o Banco Central julgar que é necessária paratodo o mercado.Aregra anunciada hoje vale para os depósitos aprazo, depósitos interfinanceiros (leasing) e paraexigibilidade adicional (compulsório adicional, recolhida emespécie e remunerada pela taxa Selic) de depósitos àvista (conta corrente) e a prazo. As alíquotas de recolhimento são de 15% para depósitosa prazo,15% para depósitos de leasing e 5% da exigibilidadeadiconal. Odepósito compulsório é um instrumento geralmenteusado pelo BC para “exugar” o volume de meios de pagamento daeconomia, com retirada de recursos de circulação, eassim limitar a expansão das operaçõesde crédito na economia. Dessa forma, o BC evita perda do poderde compra da moeda. Mas nesse período de crise financeirainternacional, os recursos disponíveis no mercado paraempréstimos entre bancos e para o setor produtivo da economiatêm se reduzido. NoBrasil, a falta de dinheiro afeta principalmente pequenos e médiosbancos. Com a liberação dos compulsórios, sobrammais recursos para as instituições financeiras cobriremsuas despesas e emprestarem dinheiro. A última vez que o BancoCentral havia mudado os compulsórios foi no dia 8 deste mês,com ampliação de R$ 300 milhões para R$ 700 milhões o valor a serdeduzido pelas instituições financeiras do cálculodo recolhimento compulsório de depósitos aprazo, feito em títulos públicos. Nesse dia, tambémfoi reduzida de 8% para 5% as alíquotas usadas para o cálculoda exigibilidade adicional sobre depósitos à vista edepósitos à prazo das instituiçõesfinanceiras.Nodia 24 de setembro, o BC já havia mudado esse valor de deduçãode R$ 100 milhões para R$ 300 milhões. Também nodia 24 do último mês, foi adiado o cronograma derecolhimento compulsório das empresas de leasing (aluguel deum bem que pode ser adquirido depois pelo locatório).Nodia 2 de outubro, o BC definiu que os bancos terão a opçãode abater de parte do dinheiro destinado ao BC o valor de compra deoperações de crédito de outras instituiçõesfinanceiras, desde que a vendedora tenha patrimônio de R$ 2,5bilhões. Emagosto, o valor recolhido pelo BC somou R$ 259, 437 bilhões,ou seja corresponde a 61,67% de todo o que a autoridade monetáriapoderá deixar de recolher (R$ 160 bilhões).