Lula reafirma que investimentos continuam e crise não vai parar obras de infra-estrutura

13/10/2008 - 8h19

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Nenhuma obra de infra-estruturaassumida pela governo vai parar por causa da instabilidade dosmercados internacionais, voltou a garantir hoje (13) o presidente Luiz InácioLula da Silva. Segundo ele, tanto as obras do Programa deAceleração do Crescimento (PAC) quanto as atividades da Petrobras vãocontinuar. Lula disse ter certeza de que os investimentos das grandesempresas também não irão cessar.“É importantea gente ficar preocupado e atento com a crise, mas também saberque o governo não vai permitir que as obras que contratamos einiciamos sejam paralisadas. Tudo vai continuar acontecendo nestepaís. E cada vez que acontecer um problema, vamos resolver semcriar o pânico que alguns querem que se crie”.Em seu programa semanalCafé com o Presidente, Lula lembrou a reuniãoentre líderes europeus e norte-americanos na semana passadapara discutir estratégias que aliviem a crise. Ele consideroua iniciativa “uma novidade na economia mundial” jáque, pela primeira vez, o mundo vive uma crise “que ataca o âmagodos países ricos e do capitalismo”.“A crise ainda nãochegou a muitos países periféricos porque todos os queresolveram fazer com que o sistema financeiro vivesse de especulação estão com problema.Graças a Deus, os bancos brasileiros não entraram nissoe, portanto, estão muito mais tranqüilos. O fato destacrise ter começado no coração do paísmais importante do planeta, que é os Estados Unidos, estálevando dirigentes mundiais a discutir coletivamente uma saídaglobal”.Para Lula, o atualcenário sinaliza a necessidade de regulamentaçãopara o funcionamento do sistema financeiro mundial.Ao comentar a viagemque fará à Espanha, Índia e Moçambique nestasemana, o presidente adiantou que, além da crise econômica,temas como os biocombustíveis e a parceria Brasil-Espanhatambém entrarão em pauta. Para ele, esses encontros serão importantes, inclusive para a conclusão da Rodada Doha.“Sobretudona Índia, um dos países que tem uma certa divergênciacom os Estados Unidos. Na semana passada, conversei com o presidenteBush e fui informado sobre a divergência entre eles. Vouconversar com o primeiro-ministro Singh [daÍndia] para que ele compreenda que, neste momento,nós, dirigentes, temos que dar uma boa notícia àhumanidade, concluindo a Rodada Doha.”Lulase disse otimista com a possibilidade de conclusãodas negociações. Segundo ele,  o mundo nunca esteve tãoperto de realizar o feito. "Vai depender muito, agora, dasensibilidade do governo da Índia”, disse.