Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente LuizInácio Lula justificou hoje (13) o cancelamento de uma missãobrasileira ao Equador, afirmando que não há como pensarem parcerias entre dois países quando há retaliações.“Não temsentido você fazer um esforço para trabalhar em conjuntoe ler notícias de jornal que háretaliação. Vamos parar, sentar para conversar ecolocar as coisas no lugar. É assim que a gente faz comcompanheiro”, disse Lula, em Toledo, na Espanha, onde recebeu umprêmio por difundir a língua espanhola.No último dia 9,o presidente Lula determinou o cancelamento de uma missão,chefiada pelo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que iriaao Equador nesta quarta-feira (15), para discutir o apoio brasileiroa obras de infra-estrutura viária no país. No dia anterior, ogoverno de Rafael Correa havia rejeitado um acordo com a empreiteirabrasileira Norberto Odebrecht e decidiu expulsá-la do país.Com a decisão, todos os contratos da construtora no Equador,que somam US$ 650 milhões, foram encerrados.O presidente Lulaafirmou, no entanto, que está disposto a manter a relaçãoprodutiva com o governo equatoriano. Segundo ele, o Brasil, como amaior economia da América do Sul, precisa ter paciênciae negociar com os países menores. Desde a expulsãoda construtora, Lula afirmou que não se reuniu ou conversoucom Correa. Segundo o presidente, eles podem se encontrar em ElSalvador, onde será realizada Cúpula Ibero-Americana.Lula disse que poderáparticipar da cúpula, já que na mesma época, de29 a 31 de outubro, estará de passagem pela Jamaica, o Haiti eCuba.