Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ex-ministro da Fazenda, Marcílio Marques Moreira, disse hoje (13) que “veio em boa hora” e deve dar mais liquidez ao sistema financeiro, a decisão do Banco Central de reduzir recolhimento dos compulsórios sobre os depósitos à vista e a prazo. “É a mais radical, digamos assim, liberação de compulsórios”, comenta o ex-ministro. Marcilio Marques Moreira disse que em situação de restrição ao crédito, não só no Brasil como no mundo, a liberação de recursos vão, no final de contas, beneficiar as pessoas e empresas que necessitam de crédito para compra de um automóvel, pegamento de um empréstimo ou de capital de giro para empresa. "Torna a situação mais controlada e menos penosa para os que precisam de crédito”, disse ele.O depósito compulsório é uma parcela dos depótisos dos correntistas que os bancos são obrigados a recolher ao Banco Central sem qualquer remuneração. Sem essa obrigação, as instituições ficam com mais recursos em caixa para emprestar, o que aumenta a oferta de crédito no mercado, combatendo o principal problema da crise financeira atual que é a falta de liquidez.“O mercado está extremamente paralisado pela falta de crédito no exterior”, destaca o ex-ministro. “As empresas exportadoras, as empresas que tinham vencimentos no exterior, acabaram não conseguindo esse crédito então se voltaram para o mercado interno e passaram a competir com as operações normais no interior no país”, disse o ex-ministro. Para Marcílio Marques, a medida do BC não representa nenhum risco aos correntistas que têm algum tipo de depósito nos bancos. " O Banco Central tem, digamos bala, para qualquer tipo de situação emergencial, que não deve ocorrer porque o sistema é muito controlado, é muito bem fiscalizado”, acrescentou.A liberação integral do recolhimento de compulsório será efetuado pelo BC de acordo com a necessidade de liquidez dos bancos. Com a medida, a expectativa é disponibilizar R$100 bilhões aos bancos, podendo chegar a R$ 160 bilhões.