Brasil precisa modernizar lei para prevenir financiamento ao terrorismo, defende Coafi

13/10/2008 - 14h51

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Brasil avançoumuito no desenvolvimento de mecanismos de combate à lavagem dedinheiro desde a última avaliação, em 2004, peloGrupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro(Gafi), organismo multilateral integrado por 34 países,segundo o presidente do grupo, Antonio Gustavo Rodrigues, que tambémpreside o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf),vinculado ao Ministério da Fazenda. Segundo ele, o país precisa modernizar a legislaçãoque pretende combater e prevenir o financiamento do terrorismo.“Neste período[de 2004 até hoje] avançamos em termosinstitucionais, já que a própria cultura do combate àlavagem de dinheiro pelo lado financeiro se tornou muito marcante notrabalho da Polícia Federal, do Ministério Públicoe também do Judiciário. O Brasil ganhou varasespecializadas em crimes financeiros e os órgãos vãose especializando. Ainda precisamos caminhar no que diz respeito àtipificação pela lei do chamado financiamento doterrorismo”, disse.Antonio Rodriguesparticipou hoje (13), no Rio de Janeiro, de reuniões dosgrupos de trabalho do Gafi. A partir dequarta-feira (15), representantes dos países que compõemo grupo realizam, por três dias, também na capitalfluminense, a 1ª Reunião Plenária do Mandato doorganismo.O presidente do Coafressaltou que a atual legislação que trata do assuntofoi criada na década de 80 e, por isso, estáultrapassada. Segundo ele, uma nova lei está em tramitaçãona Câmara dos Deputados e, entre as inovações,garante também ao setor privado responsabilidades para aprevenção à lavagem de dinheiro para uso doterrorismo. “Antes todo mundofalava de atos terroristas, mas o modelo mais recente traz o conceitodo combate ao financiamento do terrorismo. É fundamentalcombater o crime estrangulando as fontes de financiamento dasorganizações criminosas e como o sistema financeirointernacional é todo interligado é preciso que asnações efetivamente implementem as medidas necessáriaspara que elas sejam eficazes”, destacou.Antonio Rodrigues disseque o fato de o Brasil ter sido o primeiro país da AméricaLatina escolhido para presidir o Gafi por um mandato, reforçao fato de que importantes avanços tenham sido realizados nosúltimos anos.