Mantega cobra mudanças no FMI e diz que emergentes terão de evitar recessão

11/10/2008 - 19h11

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oministro da Fazenda, Guido Mantega, cobrou hoje (11) umamudança na forma de operação do Fundo MonetárioInternacional (FMI). Ele criticou a instituição por ter dado atençãoexcessiva aos problemas das nações emergentes e deixadode lado os países ricos.“A crise atual torna ainda mais urgente uma reforma fundamental domodo de operar do FMI. Até recentemente, o FMI estavaconcentrado nos problemas dos países de mercado emergente e emdesenvolvimento. Não parece ter dedicado suficiente atençãoaos principais centros financeiros, onde ciclos de expansão econtração do crédito vêm sendo observadoscom freqüência e intensidade alarmantes nas últimasdécadas", afirmou Mantega, em discurso no encontro doComitê Internacional Monetário e Financeiro do FMI, emWashington, nos Estados Unidos.Mantegacobrou um novo mecanismo de liquidez para os países pobrese em desenvolvimento. “A gravidade e os amplos efeitos da crisefinanceira fazem com que seja de importância críticaintroduzir no fundo um novo instrumento de liquidez direcionado paraos países de mercado emergente e em desenvolvimento queestejam enfrentando choques em suas contas de capital”.O ministro disse que os países emergentes estão agora com a responsabilidade de evitar uma recessão mundial, mas alertouque há limites. “Acredito que, emalguma medida, esses países terão de neutralizar asforças recessivas oriundas do mundo desenvolvido. Éclaro que há limites para o que podemos fazer. A soluçãoda crise depende do sucesso das políticas que foram e serãoimplementadas pelos países avançados".Mantega acrescentou que a economia mundial vive sua pior crise desdea Segunda Guerra Mundial e defendeu regulação domercado financeiro e a intervenção do Estado pararestabelecer a confiança nas instituições. “Oenvolvimento do Estado, inclusive com a nacionalizaçãotemporária de uma grande parte do sistema financeiro nosEstados Unidos e na Europa, será necessário pararestaurar o funcionamento dos mercados de crédito. Caberátambém ao Estado restaurar a confiança, que foiestilhaçada pela quebra de várias instituiçõesfinanceiras importantes”.Mantegaparticipa ainda hoje de uma reunião extraordinária, convocada por ele, doG-20 Financeiro, grupo formado pelos ministros de finanças e presidentes dos bancos centrais das 20 maiores economias do mundo.