Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Embora em 2007 a PrevidênciaSocial tenha sido responsável por tirar 20 milhõesde pessoas da pobreza e 17 milhões da situaçãode indigência, segundo análise feita peloInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os númerospoderiam ser melhores se os indicadores da Previdência nãotivessem sofrido piora significativa em 1987 e 2007. O estudo feito sobredados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), mostrou que o número de contribuintes sofreu umaforte redução em 1997. A recuperaçãosó começou, e de forma discreta, em 2001.Nos anos posteriores, essa melhoria vem se tornando mais acentuada,mas não o suficiente para que, em 2007, a PrevidênciaSocial no Brasil recuperasse o percentual de contribuintes de 20 anosatrás.Em 1987, 51,8% dapopulação brasileira contribuíam para aPrevidência Social. Atualmente esse percentual, mesmo em curvaascendente, ainda é de 51,2%.O estudo revelou que asituação é pior nas metrópolesbrasileiras, onde o nível de contribuição está12 pontos percentuais abaixo do registrado em 1987. No ano passado,57,6% da população contribuíram com para a Previdência. Esse percentual em 1987 era de 69,7%.No campo, o percentual de contribuintesaumentou. Em 2007, eles eram 26,2% dos trabalhadores, enquanto há 20 anos não passavam de 18,6%. Apesar dessa redução, o contingente depessoas que não contribui émuito: no campo, sete, em cada 10 pessoas ocupadasnão são segurados do INSS.O número detrabalhadores de 16 a 59 anos que não têm proteçãoda Previdência ainda é elevado, de acordo com aavaliação do Ipea. Na última década,a pior marca é de 2002, com 39,2% de pessoas desprotegidas. “A Pnad revela omelhor dado desde 1997: 35,4%de desprotegidos. Mas isso equivale a umtrabalhador em cada três, correndo o risco de não teraposentadoria alguma no futuro”, destaca o estudo em referênciaà situação registrada em 2007.