Dívida pública em relação ao PIB deve cair neste mês, diz técnico do Banco Central

30/09/2008 - 16h52

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A maior cotação do dólar deve fazer com que a dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no  país, reduza-se em setembro. Isso ocorre porque o Brasil é credor externo, ou seja, tem mais ativos do que dívida em dólar.Em agosto,a  dívida líquida do setorpúblico chegou a R$ 1,182 trilhão em agosto, o querepresenta 40,5%, uma redução de 0,3 ponto percentualem relação a julho. Segundo o BC, o motivo é adesvalorização do real em relação aodólar registrada no mês, o que respondeu por uma reduçãode R$ 11,3 bilhões no endividamento .Neste mês, se o dólar ficar em R$ 1,90, a dívida pública em relação ao PIB deve ficar em38,9%, o mesmo valor de dezembro de 1998, considerado o mais baixo da série. Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, para  cada um por cento de valorizaçãodo dólar, há uma redução 0,10 na relação entre dívida e PIB. Para o final do ano, a projeção de Lopes para a dívida pública emrelação ao PIB passou de 40,5% para 40,8% do PIB. Essa estimativa leva em consideração consideração o crescimento da economia de 5%, jurosbásicos médio de 12,3%, dólar a R$ 1,70 ao finaldo ano, e Índice Geral de Preços – DisponibilidadeInterna (IGP-DI) a 9,74%, usado para atualizar o PIB. No entanto, se o dólar ficar em R$ 1,90 ao final do ano, a dívida podechegar a 39,8%. Lopes ressaltou que oindicador da dívida em relação ao PIB emdescaleração indica que setor público honrarácom os seus compromissos. Ele lembrou ainda que o país nãoconta mais com dívida em dólar, o que é mais umfator que torna o país mais resistente à crise externa.“No passado, quando tínhamos uma dívida em dólar,quando o dólar encarecia, essa dívida cresciam muito”,disse. Ele lembrou que de 1998 para 1999, com a desvalorizaçãocambial, houve uma aceleração da relaçãoentre dívda e PIB de 7 pontos de procentagem. “Hoje, como oBrasil é credor, quando o dólar encarece, tem ganho.Acaba reduzindo a relação dívida PIB”,explicou.