Problema central da crise na Bolívia é distribuição da terra, diz líder do MST local

20/09/2008 - 18h13

Vladimir Platonow
Enviado especial
Cochabamba (Bolívia) - Dolado de fora do hotel onde se reúnem integrantes do governo e daoposição da Bolívia, impedido de entrar, o secretário nacional doMovimento dos Sem-Terra da Bolívia (MST), Bladimir Machicao Gómez,reclamava mais ação do governo quanto à distribuição de terras.“Oproblema de fundo de todo esse conflito no país é a questão da terra.Pensam que vão solucionar o problema do país com a redistribuição doslucros do petróleo e gás, mas é mentira. O tema central é dar acesso àterra aos camponeses, mas isso a classe política parece não quererver”, disse o líder camponês.Elealertou que, se o processo não começar até o início do próximo ano, oMST recomeçará a ocupação de terras, tática que havia interrompido coma subida ao poder de Evo e as promessas de reforma agrária. SegundoGómez, são 250 mil pessoas filiadas ao MST, que foi criado há somenteoito anos. “Já recuperamos mais de 200 mil hectares [com ocupação deterras] e devemos seguir com essas ações, diante da incapacidade dogoverno de acabar com o latifúndio neste país”, disse.SegundoGómez, não há outra solução fora da reforma agrária, embora elereconheça que o processo será difícil. “Os latifundiários, concentradosnos comitês cívicos dos departamentos do leste, na Meia Lua boliviana,vão defender suas terras, a custa de sangue e armas. Mas o MST não vaise amedrontar. Vamos continuar nossa luta de ocupação, até acabar comos latifúndios”, declarou.