Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Após o ministroda Defesa, Nelson Jobim, insistir que a Agência Brasileira deInteligência (Abin) pode possuir equipamentos com capacidade derealizar grampos e um laudo da Polícia Federal dizer ocontrário, o ministro-chefe do Gabinete de SegurançaInstitucional (GSI), general Jorge Felix, a quem a Abin estásubordinada, voltará a depor na CPI das Escutas TelefônicasClandestinas da Câmara dos Deputados. O presidente da CPI,deputado Marcelo Itagiba (PMDB), agendou o novo depoimento de Felixpara a próxima quarta-feira (24), às 14h. Em seguida,no mesmo dia, a CPI deve ouvir o ex-agente do extinto ServiçoNacional de Informações (SNI) Francisco AmbrósioNascimento, que colaborou com a Operação Satiagraha daPolícia Federal e também é suspeito de ser um dos autores de grampoilegal de conversa entre o presidente do STF (Supremo TribunalFederal), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres(DEM-GO).A CPIS ouvirá ainda o sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, que teria indicado Ambrósio para a OperaçãoSatiagraha, e o policial militar Jairo Martins, também acusado de envolimento no grampo da conversa entre Mendes e Torres. Em seu primeirodepoimento à CPI, no último dia 2, o ministro do GSI negouque a Abin tenha realizado, em caráter institucional, qualquerinterceptação de telefonemas de ministros do STF, masnão descartou um possível envolvimento de servidores doórgão em grampos ilegais, sem consentimento desuperiores. Sobre a posse deequipamentos aptos a fazer escutas, Felix se limitou a dizerque perícias solicitadas pelo governo indicariam se isto eraou não uma realidade.