Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O economista e professor de Finanças da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Alexis Cavicchini, disse hoje (10) que a oscilação da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), registrada nos últimos dias, é gerada pelo pânico diante do agravamento da crise econômica norte-americana.
Para ele, a situação, no entanto, não é catastrófica. “O mercado financeiro, em geral, entra em pânico todas as vezes que existem problemas nesse mercado. E nós temos, hoje, problemas graves com alguns bancos americanos”, afirmou.
Cavicchini disse que, sempre que há uma turbulência no mercado financeiro, “existe uma alavancagem muito forte para baixo do preço das ações. Agora, o setor real da economia evolui bem”.
Segundo ele, o Produto Interno Bruto (PIB) americano, que é a soma das riquezas produzidas no país, deve crescer de 1,8% a 2%. “Porque o setor mais dinâmico da economia americana, onde se acumula mais capital e onde se tem mais riqueza, que é o setor de alta tecnologia, está indo muito bem. E o valor adicionado dele é maior do que o valor agregado de produção de casas." Esse segmento, segundo o professor de Finanças da UFRJ, está puxando o PIB dos Estados Unidos.
O economista disse ainda que, mesmo que a economia européia desacelere, vai crescer entre 1,6% a 1,7% este ano. Entre os países emergentes, enfatizou que a China deve crescer 10%, a Índia cerca de 8%. Já o Brasil tem a perspectiva de crescer 6%, na sua visão. “Quando nós pegamos a média ponderada do crescimento americano mais o crescimento europeu, mais o dos países emergentes, o mundo vai crescer nesse ano em torno de 4,5% a 5%”. Esse é um cenário de evolução satisfatória da economia mundial.