Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho disse hoje (10) que o país possui três condições de manter a inflação sob controle: a demanda interna aquecida, as exportações e os investimentos de infra-estrutura. Ao participar do seminário Desenvolvimento Econômico: Crescimento com Distribuição de Renda, que comemora 200 anos do Ministério da Fazenda, Coutinho ainda ressaltou que a descoberta das reservas de petróleo na camada pré-sal também permitem uma “situação singular de poder sustentar o crescimento econômico”, que ele aposta que será de cerca de 5% ao ano.“Turbulências internacionais podem criar incertezas quanto ao desempenho da economia, mas o potencial de crescimento, especialmente no mercado interno, é uma das condições que garantem perspectivas positivas. É uma situação bastante consolidada. Nossas políticas monetária e fiscal estão muito alinhadas com o objetivo de manter a inflação sobre controle”, disse Coutinho.As grandes disputas nas licitações das obras de infra-estrutura do país, para Coutinho, refletem a confiança dos investidores no Brasil. “É grande nossa fronteira de investimentos em infra-estrutura, com auto-retorno e baixo risco. Os leilões de concessão desses investimentos são disputados de maneira acirrada, com forte interesse privado”, disse Coutinho.Outra condição favorável ao controle da inflação, de acordo com ele, é o mercado interno, que Coutinho considera em plena expansão. A demanda interna aquecida tem como base, de acordo com o presidente do BNDES, a alta oferta de crédito, a renda crescente e o baixo endividamento das famílias. “ E o potencial de crescimento de crédito no Brasil está longe de ser esgotado”, disse.Na opinião de Coutinho, o decréscimo no preço das commodities agrícolas não é suficiente para comprometer o setor exportador que, para ele, é mais um pilar do controle da inflação. “Temos oportunidades ampliadas de exportação, ainda que os preços das commodities recuem e não se espera que a economia chinesa e asiática se desacelerem de forma dramática”, analisou.