Economista defende definição de políticas de oferta e demanda para petróleo do pré-sal

10/09/2008 - 14h39

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A definição de políticas de oferta e demanda da produção dopetróleo descoberto na camada pré-sal vai evitar entrada excessiva dedólares no país e permitir novos investimentos em outras plataformas, bem como acriação de um pólo de máquinas e equipamentos e proporcionará aumento dasexportações, sem aumentar excessivamente o peso do produto na balançacomercial. A avaliação é do economista Antônio Barros de Castro,assessor da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), que apresentou hoje (10), em seminário do Ministério da Fazenda, simulações feitas porum grupo de trabalho da instituição. Ele enfatizou que o estudo nãoreflete uma posição oficial do BNDES e que se trata de um trabalhoatualizado semanalmente. “Se baixarmos a velocidade, teremos condições de auto-financiamento,pois a velocidade afeta o financiamento. E a calibragem da oferta éfundamental”, disse. Ele afirmou que a velocidade da oferta afeta, ainda, ofinanciamento de novas plataformas. Segundo Castro, em cinco anos deprodução, passa-se a financiar outra plataforma. De acordo com o estudo, sem políticas de oferta e demanda, o Brasilatingiria o pico da exportação líquida de petróleo de 3,5 milhões debarris por dia, em 2030, com redução para 3,2 milhões de barris por diaem 2035. Em 2045, o país voltaria a ser importador líquido de petróleo(menos 500 mil barris por dia). Com políticas ativas de oferta edemanda, esse cenário seria diferente. Em 2025, as exportaçõeschegariam a 1,6 milhões de barris por dia, subiriam para 2,4milhões em 2030 e cairiam para 2,2 milhões, em 2035, e 1,4 milhões, em 2045. Asestimativas levam em conta a possibilidade de produção de 70 bilhões debarris provenientes da camada do pré-sal. Na opinião do economista, o petróleo chegou ao Brasil em um momentoem que o país não precisava dele para crescer. “O Brasil está em plenoprocesso de crescimento. Seria completamente diferente se o petróleochegasse em plena estagnação”, afirmou. Na opinião do economista, agoraé necessário escolher o “perfil” e a “estrutura” do crescimento.