Economista acredita que aumento dos juros e crise global podem afetar crescimento do PIB

10/09/2008 - 16h47

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Ao mesmo tempo em que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país, confirma o momento de dinamismo da economia, também sinaliza uma “certa apreensão” para o comportamento da economia em 2009.

A avaliação é do economista da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape), da Fundação Getulio Vargas (FGV), José César Castanhar.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (10) que o PIB cresceu 6% no primeiro semestre deste ano e 6,1% no segundo trimestre, na comparação com o segundo trimestre do ano passado.

Segundo o economista, o resultado do PIB “tem um lado positivo, que reflete esse dinamismo que a gente tem observado na economia brasileira, com o crescimento dos vários setores da economia e dos investimentos”.

Sua apreensão reside no aumento dos juros, cuja tendência vem se registrando desde março, quando a taxa básica de juros estava em 11,25% ao ano. “Você, provavelmente, deve esperar uma redução desse ritmo de crescimento [do PIB]”, avaliou.

Castanhar acredita que o segundo semestre não terá um crescimento tão acentuado, com reflexos já em 2009. Ele acredita que a taxa de 2008 seja de 5,4%, a mesma de 2007. “Ou, talvez um pouco mais, aproveitando esse impulso que a economia recebeu ao longo do ano passado”.

No entanto, a perspectiva de um agravamento da crise imobiliária norte-americana pode afetar a economia brasileira e levar a um PIB menor, em 2009, de 4% na sua previsão. Apesar das preocupações, a visão de Castanhar para a economia nacional , no próximo ano, é que "mesmo no cenário negativo, o Brasil fica numa situação favorável em comparação à economia mundial. Mas, frustrante  em comparação ao que poderia estar fazendo”, concluiu.