Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A 14ª edição do Grito dos Excluídos, em Brasília, optou por uma estratégia diferente da utilizada nos anos anteriores para chamar a atenção da população e das autoridades para suas reivindicações. No lugar das grandes mobilizações, os organizadoress do ato colocaram um carro de som para que as pessoas pudessem se manifestar.Cerca de 20 representantes comunitários usram o microfone do Grito dos Excluídos para expor suas queixas. Entre eles, estudantes da Universidade de Brasília (UnB) que participaram da ocupação da Reitoria da instituição, em agosto último.Segundo Rafael Madeira, um dos organizadores do Grito dos Excluídos, o propósito este ano não era reunir “grandes massas”, e sim esclarecer os motivos da jornada de luta que teve início hoje (7) e vai até 26 de outubro. “Este ano,a intenção era mostrar para a população e para os governantes que estamos iniciando uma jornada importante de manifestações”, disse Madeira, acrescentando que o ato atingiu seu objetivo.Nacionalmente, o Grito dos Excluídos pretende divulgar o direito à Tarifa Energética Social. Segundo o movimento, a redução do valor da energia elétrica a consumidores de baixa renda é um direito que não é divulgado pelas concessionárias. “A tarifa social existe, há uma resolução da Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] que assegura àqueles que consomem até 80 kilowatts-hora por mês a redução automática no valor da conta”, disse Madeira.Ele questiona também o valor do kilowatt-hora pago por grandes empresas e o preço pago pela população. “A Vale do Rio Doce consome 15% de toda a energia produzida pela Hidrelétrica de Tucuruí (PA) a R$ 0,04 por kilowatt-hora. No Distrito Federal, cada cidadão paga de R$ 0,30 a R$ 0,35 pela mesma quantidade de energia”, argumentou Madeira.