Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Universidade Federal Fluminense (UFF) vai oferecer aproximadamente 2 mil novas vagas em cinco cursos ao longo dos próximos três anos. A expansão será possível porque a instituição vai receber um terreno de 25 mil metros quadrados, localizado no município de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense. Na tarde de hoje (27), o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, assina em Brasília a portaria de cessão da área, que pertencia à extinta Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA).De acordo com o ministério, a construção das instalações vai contar com investimentos de R$ 12 milhões. Os novos cursos que serão oferecidos são economia, história, produção cultural, psicologia e geografia. A UFF já tem um campus no município, que conta atualmente com cerca de 500 vagas para o curso de serviço social.A iniciativa faz parte do Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), do governo federal, que prevê um repasse de R$ 2 bilhões às instituições de todo o país até 2012. O objetivo é financiar projetos de infra-estrutura, contratação de recursos humanos e criação de cursos. Com isso, o número de vagas oferecidas atualmente nessas instituições para cursos de graduação presenciais deverá passar de 653 mil para 1.082.239 em quatro anos. Nos cursos noturnos, esse número deve subir de 134 mil para 227 mil no mesmo período.Pelo Reuni, somente para a UFF estão previstos nos próximos quatro anos investimentos no valor de R$ 130 milhões, que serão destinados a novas edificações. Além disso, a universidade deve abrir 20 mil vagas ao longo desse período. De acordo com o professor Sérgio Mendonça, coordenador de Apoio aos Cursos de Graduação da universidade, o objetivo é aplicar a verba na melhoria de estruturas já existentes, garantindo infra-estrutura mais adequada aos alunos e professores, e possibilitar a ampliação da interiorização dos cursos.“Com isso, o estado ganha de duas formas: a primeira é que garantimos mão-de-obra qualificada em cidades do interior, com acesso ao ensino superior de qualidade e público. A segunda é que muitos dos cursos que levamos para os municípios do interior são de licenciatura, ou seja, formam professores que vão atuar nessas localidades e gerar, com o tempo, uma repercussão na educação muito grande”, afirmou.No Rio de Janeiro, além da UFF, o Reuni também está permitindo a ampliação das atividades da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que pretende expandir em 50% o número de vagas oferecidas nos próximos quatro anos, chegando a quase 10 mil em 2012. De acordo com o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da instituição, Carlos Antônio Levi, trata-se de um momento único na história da educação pública no país.“Esse é um momento ímpar porque esses investimentos vão permitir às universidades desenvolver um planejamento estratégico a médio e longo prazos, recuperando um passivo de dificuldades acumulado em muitos anos. Além disso, será possível interiorizar as atividades levando novos campi a regiões completamente destacadas. Com isso, vamos levar qualificação, gerando pólos de autodesenvolvimento”, avaliou.Levi acrescentou que, além dos recursos repassados pelo Ministério da Educação (MEC), a universidade procura desenvolver parcerias com outras instituições e prefeituras para levar suas estruturas de ensino a outras regiões. É o caso dos municípios de Macaé, no norte do estado, que também conta com um campus da UFF, e de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.Para garantir a expansão, a UFRJ vai contratar, nos próximos quatro anos, 700 novos professores e 1,8 mil técnicos administrativos. Atualmente, o quadro é composto por 3,3 mil docentes e 9 mil técnicos.