Indústria fluminense mantém expectativas otimistas para a economia

27/08/2008 - 16h54

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os empresários da indústria fluminense mantêm o otimismo com a economia brasileira, mas se mostram cautelosos diante da alta dos juros, adotada pelo Banco Central para controlar a inflação. O Índice de Confiança do Empresariado Industrial Fluminense (Icei/RJ) de julho, divulgado hoje (27) pela diretoria de Desenvolvimento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), atingiu 60,3 pontos. O índice adota uma escala de um a 100.

Segundo o chefe da Divisão de Estudos Econômicos da Firjan, Patrick Carvalho, o resultado da pesquisa mostra que a atividade econômica continua aquecida. “E os sinais da economia que estão sendo repassados aos empresários estão sendo captados de forma muito positiva”. Carvalho lembrou que o mais importante da série histórica iniciada em janeiro de 2005 é saber  que acima de 50 pontos representa otimismo. O índice  permanece superando os 60 pontos há sete trimestres consecutivos. “É um número bem expressivo”.

Carvalho disse que a retomada da alta dos juros básicos para frear a inflação está sendo olhada com reticência pelos empresários. “Até porque se sabe que seria mais muito mais eficaz se o governo reduzisse seus gastos, ao invés de tentar conter a demanda através  da política monetária”. Ele acrescentou que o empresariado reconhece, porém, que o consumo continua em alta. “Os investimentos estão sendo feitos  e os ganhos de competitividade  capacitam a indústria fluminense, mesmo em um ambiente um  pouco mais adverso em termos de política monetária”.

Segundo o economista, até o momento a entidade não percebeu nenhum temor dos empresários  de que a continuidade do processo de alta dos juros  possa afetar a decisão de investimentos. “Mas, dependendo da intensidade  e da duração desse ciclo de aperto monetário, pode acabar por afetar, no médio prazo, a decisão de investimentos. Mas, por enquanto, não. Os empresários  continuam confiantes e investindo muito para aumentar o seu parque industrial e poderem ofertar mais”.

A pesquisa ouviu 181 empresas de diversos setores econômicos do estado do Rio, das quais 109 e pequeno porte, que revelaram suas expectativas para os próximos seis meses.  Patrick Carvalho acredita que, a médio prazo, “já com a recuperação  da economia mundial e com as contas em ordem aqui no Brasil", há um ambiente bastante propício à produção e ao mercado em geral.

Por regiões, o menor índice de confiança (56,3 pontos) foi observado na Baixada 1, que reúne os municípios de Itaguaí, Japeri, Seropédica, Nilópolis, Nova Iguaçu. Mangaratiba, Mesquita, Paracambi e Queimados. O economista da Firjan  considerou , porém, esse índice  ainda "muito positivo," porque ficou acima de 55 pontos. Ele classificou o número de conjuntural, porque tende a ser revertido nos próximos trimestres, com o início das obras do Arco Rodoviário.

Incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, a  obra terá grande impacto na região. O Arco Rodoviário ligará a Baixada Fluminense ao Porto de Sepetiba, sem passar pela capital do estado.A melhor avaliação das expectativas dos empresários foi registrada na região Leste (72,8 pontos), integrada pelos municípios de Niterói, Maricá, Iguaba Grande, Itaboraí, Saquarema, Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Búzios, São Pedro da Aldeia,  Casimiro de Abreu, Rio Bonito, Rio das Ostras, São Gonçalo, Silva Jardim e Tanguá.