Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das RelaçõesExteriores, Celso Amorim, afirmou hoje (7) que a integraçãodos países da América do Sul é um dos desafios,a longo prazo, da política externa brasileira. Em entrevistaconcedida a emissoras de rádio nos estúdios da EmpresaBrasil de Comunicação (EBC), o ministro disse que aparticipação do Brasil no cenário internacionalcresceu muito nos últimos anos e que se afirmar como líderem um bloco na América do Sul poderia contribuir ainda maiscom esse posicionamento. “Na realidade, oBrasil tem um peso muito forte nas relaçõesinternacionais e esse peso cresceu, posso testemunhar. O Brasil temhoje um peso muito maior. Agora, o fato de nós termos uma boarelação, o fato de nós trabalharmos de maneiraintegrada com a América do Sul, fortalece ainda mais essaposição no cenário internacional”, disse. Amorim destacou que ocomércio com os países do Mercosul já representacerca de 13% do comércio externo brasileiro. O ministro ressaltou aimportância da proposta de criação da Uniãodas Nações Sul-Americanas (Unasul). Em maio desse ano,o projeto foi formalizado pelo governo brasileiro em conjunto comvários outros países da América do Sul. De acordo com Amorim, oacordo tem uma importância histórica, já que pelaprimeira vez envolveu todos os países que fazem parte docontinente. “Em 200 anos de vidaindependente dos países da América do Sul, esse éo primeiro tratado que reúne todos os países da Américado Sul. Isso é uma coisa extraordinariamente importante,porque revela uma disposição de integração”,destacou o ministro.Como parte do tratado,os governos estão articulando um Conselho Sul-Americano de Defesa. Amorim revelou que as articulações estãosendo conduzidas pela Presidência do Chile.A resistência àcriação do conselho, já manifestada pelo governoda Colômbia, na opinião de Amorim, já foisuperada. “A únicasobjeções, ou reservas, vinham da Colômbia. Noentanto, o próprio presidente Álvaro Uribe, na últimavisita do presidente Lula a Bogotá, disse que quer participardo Conselho de Defesa. Estamos em uma fase de estruturação,de saber exatamente como vai funcionar”, adiantou o ministro.