Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A PetrobrasBiocombustível afirmou em nota que a Resolução n.º 7, publicada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), não afetará nem a produção de biodiesel nem os planos da subsidiária para o setor. Sobre asinformações veiculadas na imprensa de que a resolução da ANPvedaria a utilização, no Brasil, do biodiesel produzido a partir da mamona, aPetrobras Biocombustível esclareceu ontem (1º) que a intenção da empresa sempre foia de usar, inicialmente, misturas de até 30% de óleo de mamona comomatéria-prima. “O uso de 30% de óleo de mamona na produção de biodiesel atendeintegralmente à nova especificação da ANP”, garante a Petrobras Biocombustível.De acordo coma empresa, algumas propriedades importantes serão inclusive “melhoradas” pelaadição da mamona como matéria-prima. A subsidiaria explica que a adição de 30%de óleo de mamona ao óleo de soja melhora a qualidade do biodiesel produzido,enquadrando o produto nas exigências da norma européia, o que possibilita a exportação para regiõesfrias do continente.“Para viabilizarmisturas nesta proporção, somente para Usinas de Candeias – inaugurada naterça-feira (29) –, Quixadá e Montes Claros (que deverão ser inauguradas emagosto), seriam necessárias 49 mil toneladas, mais do que todo o óleo de mamonaproduzido no Brasil na safra de 2007”, garante a nota.Segundo ocomunicado, a dificuldade para o uso de mamona na produção de biodieselatualmente não ocorre pela viscosidade do B100 (100% de biodiesel) de mamona ou porqualquer outra de suas propriedades físicas ou químicas. “É conseqüência dabaixa disponibilidade desta oleaginosa no mercado, uma vez que a indústria doóleo paga pelo óleo de mamona um valor acima do que seria hoje viável,economicamente, pagar para o segmento de combustíveis”.A resolução da ANP traz como anexo um RegulamentoTécnico que estabelece as especificações técnicas para o biodiesel puro (B100),comercializado no Brasil, para mistura posterior ao óleo diesel na proporçãode 3% (B3). Segundo a resolução,“para dois dos 22 parâmetros citados pela ANP – massa específica (densidade) eviscosidade – foram estabelecidos limites que impediriam a utilização dobiodiesel de óleo de mamona puro”.“A PetrobrasBiocombustível deixa claro que continuará a produzir biodiesel a partir demamona, diante da inexistência de qualquer restrição técnica que impeça estaatividade”, finaliza a nota.