Lei Seca freou tendência de alta de acidentes e mortes no trânsito, avalia PRF

02/08/2008 - 10h27

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os reflexos dos dispositivos da Lei Seca no registro de acidentes e mortes nas estradas brasileiras já são perceptíveis, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal. As novas regras que entraram em vigor no dia 20 de junho, fizeram com que a quantidade de acidentes nasestradas federais do país, pela primeira vez no ano, passassea ser menor do que o registrado em 2007. O número de mortestambém caiu após amudança da legislação, que tornou mais rigorosas as puniçõespara quem é flagrado dirigindo depois de ingerir bebida alcoólica. O levantamento da polícia compara números deste ano (antes de a normavigorar) com dados de 2007, e informações a partir da entrada da leiem vigor (segunda metade de junho deste ano) com estatísticas do mesmoperíodo do ano passado.Deacordo com a PRF, enquanto em maio de 2008 jáhavia sido registrado crescimento de 12,8% no número acidentesna comparação como mesmo período de 2007, apartir de junho, o mesmo índice passou a ser de -2,02%, quando comparado ao mesmo mês do ano passado.O índice de mortes, que na comparação do períodode 1º de janeiro a 19 de junho deste ano, com o mesmo períodode 2007 apresentava redução de 0,8% também diminuiu com a aplicação dos dispositivos da LeiSeca. O valor passou a ser de -13,4% na comparação de 20 de junho a 31 de julho de 2008 com o mesmo período do anopassado.“Existiauma tendência de alta e ela foi freada”, afirmou o assessorde comunicação da PRF, Alexandre Castilho, em entrevista ontem (1º). Ele reforçouque a combinação álcool e direçãoestá diretamente relacionada às mortes no trânsito. SegundoCastilho, a imprudência dos motoristas permanece, mas com aingestão menor de álcool os acidentes fatais ocorrem emmenor número. “A Lei Seca provocou umadiscussão saudável na sociedade mostrando que todas asesferas de governo buscam uma forma para redução dosacidentes. E essa discussão acabou contaminando váriossetores da sociedade e os motoristas colaboram também”.Obalanço da PRF no mês de férias constatou tambémque o número de mortes teve uma redução maiornos centros urbanos do que nas áreas rurais. Isso, segundoCastilho, ocorreu porque, além da PRF, outros órgãostambém auxiliaram o trabalho de fiscalização dotrânsito nas grandes cidades.“Nessescentros urbanos a Polícia Rodoviária Federal conta com outros parceiros de fiscalização,como as polícias militares, guardas municipais e outros órgãosde trânsito. Todos esses auxiliam o trabalho da PolíciaRodoviária Federal em tirar o motorista embriagado dovolante”, disse.NoRio de Janeiro, a PRF registrou 42 mortes entre os dias 1º e 31de julho deste ano, uma redução de 30% em relaçãoao mesmo período de 2007. Já em São Paulo, aredução foi de 21%; Minas Gerais 22% e Pernambuco 27%.