Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil é líder mundial em tecnologiaagrícola e dispõe de organização de produção que poucos países têm, oque o torna cada vez mais competitivo na venda externa de alimentos. A afirmação foi feita hoje (28) pelo ministro da Agricultura, Pecuária eAbastecimento, Reinhold Stephanes, na solenidade comemorativados 148 anos de criação do ministério. Stephanes se referia a questionamentos sobre opossível fracasso das negociações da Rodada Doha, realizadas noâmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), desde o último dia 21,em Genebra, na Suíça. Os subsídios norte-americanos e europeus representam oprincipal entrave nas negociações, mas o ministro disse esperar que os entendimentos avancem até quarta-feira (30)Stephanes ressaltou que a soma detecnologia com organização de produção – das pequenaspropriedades às cooperativas e ao agronegócio – dá ao Brasil“capacidade de competir em igualdade de condições com Estados Unidos eUnião Européia, que subsidiam seus produtores, além de dificultarem aentrada de produtos de outros países com barreiras tarifárias”.O ministro salientou que “o Brasil éauto-suficiente em praticamente tudo que vem do campo”, e disse que avontade de plantio do produtor rural indica mais crescimento daprodução agrícola, o que aumenta a capacidade brasileira de exportar oexcedente de alimentos. Será, portanto, uma grande contribuição paracombater a inflação que grassa no mundo, afirmou.A Rodada Doha é uma série dedebates mediados pela OMC em torno de regras que facilitem o comérciointernacional, e recebeu esse nome porque foi iniciada em Doha,capital do Qatar, em novembro de 2001. No entanto, a falta consensoentre países ricos e países emergentes, principalmente em relação àcomercialização de alimentos, têm adiado a elaboração de um texto final.Além do comércio agrícola, a Rodada Doha discute questões ligadas à padronização e adoção de normastécnicas e sanitárias, comércio de produtos têxteis e eletrônicos,acordos regionais, práticas de dumping, propriedade intelectual eprestação de serviços entre nações.