Manifestantes ocupam sede do Incra em Brasília

28/07/2008 - 13h17

Ricardo Carandina
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - Cerca de 600integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), doMovimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), e do Movimento deApoio ao Trabalhador Rural (MATR) ocupam, desde as 6h, a sede dasuperintendência do Instituto Nacional de Colonizaçãoe Reforma Agrária (Incra). Os funcionários que tentaramentrar foram impedidos.Os manifestantes querema troca do comando da instituição porque, segundo orepresentante do MTD, Wilnean Melo, a reforma agrária estáparada na capital do país. “Existem famíliasacampadas em beira de estrada há mais de cinco anos e aindanão tiveram resposta, o que mostra incompetência dadireção regional do Incra”, afirmou. Os manifestantesreivindicam a destinação para reforma agrária daFazenda Sálvia, na região de Sobradinho; e da FazendaPicagem, em Brazlândia.Segundo o Incra doDistrito Federal, o processo de destinação da Sálviapara reforma agrária está em andamento na Gerênciade Patrimônio da União. A fazenda Picagem, de acordo como Instituto, não pode ser transformada em assentamento, e osuperintendente da instituição no DF, JoãoBatista Ferreira dos Santos, afirma que os movimentos sociais queocupam a área não aceitaram a regularizaçãoda posse da terra, pois o documento não garantiria osbenefícios dados aos assentados, como crédito, porexemplo.O superintendentecriticou a ocupação e garantiu que o processo deassentamentos na capital do país está sendo feito. “Oprocesso de obtenção de terra tem sido rápido.Nós temos trabalhado de forma dinâmica, acelerada. Temprocessos de desapropriação aqui em que conseguimos aemissão de posse no período de seis meses, desde avistoria inicial até a emissão de posse dada pelo juiz,isso é um recorde nacional. Quanto à obtençãode terras, os movimentos sociais não podem reclamar de maneiranenhuma”, disse.Segundo osrepresentantes dos movimentos sociais, a ocupação doIncra no DF faz parte de uma jornada nacional, que defende a reformaagrária como forma de aumentar a produção dealimentos e o assentamento de todos os acampados no país. Elestambém criticam o que chamam de criminalizaçãodos movimentos.