Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A indústria detransformação foi o setor que mais contratoutrabalhadores portadores de deficiência física no estadode São Paulo, de janeiro a abril deste ano. Balançodivulgado hoje (24) pela Superintendência Regional do Trabalhoe Emprego do Estado de São Paulo mostra que esse setorindustrial foi responsável por 40,46% do total decontratações, com a criação de 32.688postos de trabalho para deficientes. O setor participa com31,36% da cota do estado, com a necessidade de preencher 80.799vagas. Só o estado de São Paulo responde por 42,77% dascotas de todo país: precisa preencher 257.686 vagas, das quais82.301 já estão preenchidas, representando umpercentual de inserção de 31,94%. Em seguida vem o comércio, que tem a cotade 15,61%, com 30,87% de inserção, ou seja, 12.416portadores de deficiência trabalhando. O terceiro lugar ficacom o setor de serviços, com a cota de 16,98% do total devagas e que inseriu no mercado 21,835% da meta, com 9.556 novospostos de trabalho. Os dados são resultantes do Programa deInclusão das Pessoas com Deficiência no Mercado deTrabalho desenvolvido dentro do Programa Interinstitucional dasuperintendência. De acordo com a superintendente regional doTrabalho e Emprego no Estado de São Paulo, LucíolaRodrigues Jaime, o objetivo do programa, que é executado sóem São Paulo, é sensibilizar e orientar empresários,com prazos ampliados para o cumprimento da Lei de Cotas, quedetermina que 2% a 5% do quadro de funcionários das empresascom 100 ou mais empregados seja composto por pessoas com deficiência.O programa prevê ainda o monitoramentomensal das metas de inclusão das empresas. “Nosso objetivonão é multar as empresas, e sim buscar resultados. Paraisso, temos o Pacto Coletivo para Inclusão das Pessoas comDeficiência, que chama os sindicatos para dar maiscredibilidade à ampliação dos prazos exigindouma contrapartida deles.” Entre as exigências para que empresasligadas a sindicatos possam aderir ao pacto e ter dois anos paracumprir as metas, estão a capacitação dostrabalhadores, criação de um banco de dados eimplantação de um programa interno com objetivo dereduzir a discriminação no ambiente de trabalho. Segundo Lucíola, com isso, já foramrealizados 25 pactos com os segmentos interessados. “Esse prazopode ser prorrogado, mas depende muito do caso. No caso de um dossindicatos, faltava cumprir 40% da meta, e nós entendemos quehavia dificuldade para fazer o pacto por conta do número desindicatos envolvidos. E o trabalho feito está sendo muitobom.”Lucíola disse que que a procura portrabalhadores portadores de deficiência vem aumentando e, porisso, todos aqueles que têm o mínimo de capacitação,estão disponíveis, podem e querem trabalhar, estãoempregados no estado de São Paulo. “E, mais uma coisa,[todos os] que aceitam receber dois salários mínimos.É muito difícil uma empresa promover um deficiente, eisso garante que eles não estão ganhando mais do que osoutros na mesma função, como se acredita.” Para ela, a média de dois saláriosmínimos é muito baixa, embora o valor corresponda àqualificação profissional dos funcionários.