Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Omar continua avançando e destruindo as casas próximas à Praia deAtafona em São João da Barra, na região norte fluminense do estado do Rio de Janeiro. O fenômeno de erosão marinha ocorre na região há mais de 50 anos.Mas, segundo pesquisas do departamento de Engenharia Cartográfica da Universidade doEstado do Rio de Janeiro (UERJ), nos últimos meses, a erosão tem seacelerado além do esperado, tendo avançado sete 7 metros. É quase o dobro além da média anualmedida desde a década de 50.
Segundoo coordenador da pesquisa em Atafona, professor Gilberto Pessanha,fatores como a diminuição da vazão do Rio Paraíba do Sul, ventos fortes eas marés contribuem para o poder de destruição do mar na região. "Naquelecenário da foz do Paraíba [onde o rio desemboca], a erosão está em franco desenvolvimento e avelocidade aumentou nos últimos meses. As frentes frias do ano passadoe deste ano duraram mais tempo naquela zona costeira, com preocupaçãogrande para a população local a respeito da destruição de casas. Noverão deste ano até o inverno, em um período de cinco meses, houve umaaceleração grande. A erosão se deu em torno de sete metros por ano e o quenós havíamos medido recentemente, desde 2000, foi da ordem de 3 a 5metros por ano”, relatou o pesquisador. Pessanha conta ainda que a erosão promoveu o turismo na região e despertou acuriosidade da população local que, com freqüência, visita as ruínas. Mas, em algunstrechos da praia, o banho de mar é proibido e perigoso por conta dosescombros de casas. A pesquisa estima que trezentas casas já foramdestruídas.
Alémdo problema do avanço do mar, a área de Atafona sofre também com ainvasão das dunas de areia, que, segundo o pesquisador, já soterraram novequarteirões.
Ele disse que o fenômeno natural em Atafona é complexo. “O agravante naregião é que a erosão subtrai as areias da praia e as dunas soterram asconstruções.”