Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Greenpeace realizouna tarde de hoje (24) uma manifestação em frente àsede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenováveis (Ibama), no centro do Rio, contra a emissãoda licença prévia ambiental para a instalaçãode Angra 3, no litoral sul do estado.Dois ativistas vestirammacacões brancos, representando roupas de segurançanuclear, e ficaram ao lado de latões amarelos, uma alusãoao lixo nuclear. Os manifestantes penduraram na porta do prédiodo Ibama uma foto do presidente do órgão, RobertoMessias, com a declaração: "O Messias chegou etraz más notícias."Segundo a ONG, mesmocom as 60 condicionantes impostas pela licença prévia,os riscos e os custos da produção de energia nuclear nopaís não compensam. Para o Greenpeace, o Estudo eRelatório de Impacto Ambiental feito pelo Ibama apresentafalhas graves. As principais, diz o coordenador da campanha deenergias renováveis da ONG, Ricardo Baitelo, seriam a falta deesclarecimento sobre o local de armazenamento dos resíduosproduzidos por Angra 3 e como a população seriaretirada do local em caso de acidente."A gente sabe queno mundo não existe uma resposta definitiva para o depósitodesse lixo. A gente sabe que tem a problemática de que nenhumlugar do mundo aceita receber o lixo. Todo mundo quer a usina, masninguém quer receber esse depósito. A energia nuclear éa mais cara de todas.”O lixo radioativo produzido pelasusinas Angra 1 e 2 vem sendo estocado dentro das própriasusinas. Segundo o Greenpeace, com os recursos previstos para Angra 3,cerca de R$ 8 bilhões, seria possível instalar umparque de turbinas eólicas com o dobro de potência em umterço do tempo e gerando 32 vezes mais empregos.Ao final damanifestação, Ricardo Baitelo entregou dois relatóriossobre energia nuclear para o superintendente do Ibama no Rio, RogérioRocco. Ele prometeu encaminhar os documentos à presidênciado órgão.