Fundação cria Indicador Nacional da Qualidade de Gestão

24/07/2008 - 15h41

Luiz Voltolini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), está desenvolvendo o Indicador Nacional da Qualidade de Gestão, segundo informou o presidente da instituição, Michal Gartenkraut. Para ele, a melhoria da gestão reflete favoravelmente na educação e no resultado das empresas.Criada em 1991, a FNQ reúne mais de 240 organizações dos setores público e privado que buscam práticas de gestão capazes de agilizar seus processos e de ampliar a qualidade e rentabilidade de seus produtos. A Fundação Nacional da Qualidade tem por objetivo disseminar os fundamentos da excelência em gestão para organizações de todos os setores e de todos os portes.Segundo Gartenkraut, a doutrina da gestão evolui porque é baseada em práticas. Ele lembrou que o primeiro Prêmio Nacional da Qualidade promovido pela instituição foi uma tradução do regulamento do modelo americano. “Hoje, passados 16 anos, o nosso modelo é mais avançados do que o deles”Gartenkraut disse estar seguro de que o modelo adotado ainda é muito útil para a grande maioria das empresas brasileiras. Sobre os conceitos para um novo modelo, Gartenkraut defendeu a necessidade de se considerar valores como sustentabilidade, pensamento sistêmico e inovação, de modo que se possa “medir o intangível”. Como exemplo, ele citou o recente “apagão” na internet em São Paulo.“Quem teria se preocupado se tivesse caído a internet por uma hora em 1995? Ninguém usava e mail em 95. É um passado muito recente”. De acordo com Gartenkraut, a fundação está executando um piloto do projeto de Indicador Nacional de Qualidade de Gestão, para fazer um teste da metodologia. Ele explicou que, pelo fato de as empresas que concorrem aos principais prêmios de qualidade no país usarem a metodologia da fundação, fica fácil uma observação objetiva. Ele afirmou que praticamente todas as empresas importantes de alguns setores já passaram pelo processo, embora alguns setores estejam fora, como é o caso do agronegócio e da construção civil. “Elegemos esses dois como alvos de mobilização neste ano. Além destes, tem o setor de Infra-estrutura, e um grande, enorme, que é o setor público”.Gartenkraut, que já ocupou a Secretaria de Assuntos Econômicos do Ministério da Fazenda de 1989 a 1990, e foi secretário-geral do Ministério do Planejamento no governo Sarney, dentre outros cargos, criticou o desempenho geral da gestão no setor público, mas destacou que há exceções, como a Petrobras.“No governofederal você tem ilhas de excelência reconhecidasmundialmente. O Banco Central é considerado excelente. Se vocêvai para a Polícia Federal, Receita Federal tem problemas. OTesouro Nacional é paradigma mundial”.Depois de afirmar que excelência em gestão significa profissionais capacitados, Gartenkraut lembrou que, apesar de o país dispor dessas pessoas, as empresas precisam investir mais.