Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Campinas (SP) - Os pesquisadores brasileiros que estudamcélulas-tronco e os pacientes que aguardam os resultados dessaspesquisas como esperança de cura para doenças ganharão ainda este anoum aliado para o desenvolvimento e a ampliação dos estudos dessa área. Osministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia devem lançar ainda estemês os primeiros editais para criação da Rede Nacional de TerapiaCelular (RNTC). A idéia é reunir os melhores núcleos de pesquisa daárea para fomentar o desenvolvimento de alternativas para as doençasque mais atingem os brasileiros e que têm perspectiva de tratamento pormeio de terapia celular, como as cardiopatias, por exemplo. Além disso,a rede deve possibilitar que o país passe da fase de estudospré-clínicos – com modelos animais – para a aplicação médica dascélulas-tronco em pacientes. O anúncio, feito por representantes do Ministério daSaúde, durante a 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para oProgresso da Ciência (SBPC), “é muito positivo” na avaliação dageneticista e pesquisadora do Centro de Estudos do Genoma Humano daUniversidade de São Paulo (USP), Mayana Zatz. “A iniciativa é muito importante, os gruposinteragirem vai ser um ganho para todos nós. E é uma prática que agente precisa melhorar; no exterior há uma interação muito grande entreos grupos. É uma série de competências que se somarem a gente só tem aganhar”, apontou. A previsão inicial de investimentos na rede é R$ 22milhões, divididos em dois editais de financiamento: um para pesquisa eoutro para infra-estrutura. De acordo com a professora Ângela Luso, coordenadorado banco de sangue de cordão umbilical da Universidade Estadual deCampinas (Unicamp), atualmente, há pelo menos cinco grupos decientistas e médicos brasileiros com resultados avançados na pesquisacom células-tronco em São Paulo, no Rio de Janeiro, na Bahia e no RioGrande do Sul. A expectativa das pesquisadoras é que a criação da rede possa ajudar a superar dois gargalos da pesquisa comcélulas-tronco no Brasil: o baixo suporte financeiro e a dificuldade deimportar material para experimentações e testes.