Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A JustiçaMilitar no Amazonas condenou oito controladores de vôo, todossargentos, pelos crimes de crítica indevida, incitamento àindisciplina e desrespeito, tendo como base um processo de 19 volumese 3,8 mil páginas. As penas variam de dois meses a dois anos edois meses de reclusão. Os controladores foramdenunciados pelo Ministério Público Militar por teremrealizado um movimento coordenado de aquartelamento voluntárioe greve de fome nos dias 29 e 30 de março de 2007, no 4ºCentro Integrado de Defesa Aérea e Controle de TráfegoAéreo (Cindacta 4), em Manaus. Os controladores Wilsonde Alencar Aragão, Walber Souza Oliveira, Daniel Tavares deLima, Lisandro Henrique de Souza Koyama, Michael Rosenfeld de PaulaRodrigues Alex Goçalves Sá, Rivelino Barbosa de Paiva eWendelson Pereira Pessoa também foram condenados por teremconcedido entrevista sem autorização superior. O movimento ocorreuquando uma série atrasos e cancelamentos de vôos emdiversos aeroportos do país marcaram a pior crise no setoraéreo brasileiro. A sentença foi anunciada pelojuiz auditor da Justiça Militar José Barroso Filho,após mais de cinco horas de julgamento realizado naquinta-feira (17), na capital amazonense. Com exceçãode Walber Oliveira - que terá de cumprir o maior períodode prisão, por incitação à disciplina ecrítica indevida – os outros sete controladores terãodireito à suspensão condicional das penas, jáque cada uma delas, de acordo com o Código Penal Militar, nãoultrapassa o período de dois anos de condenaçãoe os réus não têm antecedentes criminais.Deacordo com o oficial de Justiça e diretor da Secretaria deAuditoria da Justiça Militar em exercício, Martin deSouza, apesar da condenação não houve nenhumaprisão, e os controladores podem recorrer da sentençaem liberdade. "No dia dojulgamento, a sentença foi apenas lida. A partir daí,essa sentença precisa ser escrita e anexada aos autos doprocesso para que sejam formalmente mostradas às partesenvolvidas e à defesa. Só então começa acontar o período de oito dias para que os acusados possamrecorrer", explicou.O defensor público da Uniãoe advogado de defesa dos controladores, João Thomas, garantiuque irá recorrer da decisão. "Assim que asentença for publicada, vou ingressar com a apelação",anunciou, acrescentando que deve ocorrer até o próximodia 25.