Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O coordenador da Frente Nacional dos Petroleiros (FNP), Edison Munhoz, disse hoje (18) que a tendência é de ampliação da paralisação iniciada na última segunda-feira (14) pelos petroleiros do Norte Fluminense.Segundo ele, a greve teve adesão em todo o país. Munhoz reiterou que a Petrobrás estaria mantendo trabalhadores retidos dentro da Refinaria de Manaus (Reman), no Amazonas.
Ele disse que a denúncia foi apurada pela Polícia Federal e pelo Ministério do Trabalho, que “constataram cárcere privado”. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Petrobrás negou as acusações. A companhia prometeu divulgar ainda hoje nota oficial sobre a greve dos petroleiros.
O sindicalista enfatizou que “a Petrobrás está começando a reagir assim. Onde ela percebe que está havendo a diminuição do trabalho de produção e de refino, ela está mandando equipes de contingência. Leia-se fura-greve’”.
A atitude da empresa não desestimulou a categoria, de acordo com Munhoz, que é também coordenador jurídico do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo no Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro/RJ).
O sindicalista não soube informar, porém, quantas plataformas da Bacia de Campos aderiram à paralisação porque a Petrobrás teria cortado as comunicações externas daquelas unidades, que eram feitas via rádio ou por computador. “E a Petrobrás está fazendo um bloqueio dessas comunicações para evitar a passagem de dados para fora da empresa”. Até ontem (17), a informação era que 33 das 42 plataformas da Bacia de Campos teriam parado as atividades.
A greve dos petroleiros do Norte Fluminense foi reforçada pela paralisação nacional de 48 horas, decretada pela FUP, em solidariedade aos petroleiros do Rio de Janeiro. Ambos os movimentos serão encerrados à meia-noite de hoje.
Na próxima semana, a conselho representativo dos sindicatos nacionais dos petroleiros vai avaliar os resultados da greve. Munhoz confirmou que está mantido o indicativo de greve geral a partir do dia 5 de agosto próximo, se não houver avanço nas negociações sobre a participação dos petroleiros nos lucros e resultados da estatal. “O foco hoje dessa greve é a PLR”, destacou.
Ele disse que a FNP e a FUP vão tentar uma atuação unificada. “Essa semana vamos reunir os 17 sindicatos para encaminhar o movimento.”