Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de 300 pessoascompareceram na manhã de hoje (12), na Catedral de São Sebastião, no centro do Rio, à missa de sétimo dia do menino João Roberto Amorim,que morreu depois de ter sido baleado por PMs no último dia 6, na Tijuca. Ospais do menino, o taxista Paulo Roberto Soares e a advogada Alessandra Soares,demais parentes e amigos da família vestiam camisetas brancas estampadas com afoto de João Roberto. A avó materna do garoto, Cirene Amorim, passou mal aofinal da missa e teve que ser atendida.Antes da missa, cerca de 20 taxistas da cooperativa ondetrabalha o pai de João Roberto fizeram um protesto contra a violência, em formade carreata. Entre os presentes à missa, estava o casal Daniela Duque e SergioCoelho, mãe e padrasto de Daniel Duque, rapaz morto por um policial militar háduas semanas, à saída de uma boate em Ipanema, zona sul do Rio.O menino João Roberto Amorim, de três anos de idade,estava no domingo (6) em companhia do irmão Vinicius, de 9 meses, num carrodirigido pela mãe Alessandra. Quando passava pela Rua General Espírito SantoCardoso, na Tijuca, o veículo foi atingido por 17 tiros, disparados por policiaismilitares. Eles alegam ter confundindo o carro com o dos assaltantes que perseguiam.Atingido pelos tiros, o menino morreu no dia seguinte (7), no Hospital CopaD’Or, em Copacabana, zona sul da cidade.Nesta segunda-feira (14) o Instituto Médico-Legal(IML) deverá encaminhar à 19ª Delegacia Policial, localizada na mesmarua onde ocorreu o crime, o laudo da necropsia da criança. A perícia já constatou que não houve trocade tiros com bandidos, confirmando o que demonstraram as imagens da câmara desegurança de um edifício da rua, ou seja, foram apenas os policiais quedispararam contra o carro.