Da Agência Brasil
Brasília - Após 13 anos do acidente rodoviário que envolveu 79trabalhadores rurais do Piauí, resultando na morte de 14 pessoas, a Justiça do Trabalho proferiu sentença responsabilizando os culpados peloacidente. Em entrevista ao programa Revista Brasil, o procuradorPaulo Germano, do Ministério Público do Trabalho (MPT), afirmou que, naépoca do acidente o MPT não tinha representação em Barreiras e as ações ediligências eram feitas a partir de Salvador, mas ele não sabe explicarpor quais razões o processo ficou tanto tempo parado. “[Aexplicação] cabe aos procuradores da titularidade desse procedimento[na época] dizer a razão porque não ajuizaram a ação civil coletiva”,afirmou. Ele completou que, quando assumiu e implantou o oficio(representação) em Barreiras, ficou “indignado pelo fato dos responsáveis não teremsido punidos, não ter tido sentença criminal, nem terem pagoindenização por danos morais e materiais aos familiares” e retomou oprocesso.Em maio deste ano, a sentença foi proferidaresponsabilizando os arrendatários, subarrendatários e gerentes dafazenda na época. “As empresas responsáveis vão ter que reservarrecursos para o pagamento das indenizações, pois na Justiça do Trabalhoas sentenças não têm efeito suspensivo”, afirmou o procurador.Na época, as vitimas do acidente foram atraídas paratrabalhar na colheita do feijão, em uma fazenda na Bahia. Ostrabalhadores permaneceram lá cerca de um mês, em condições precárias e,na volta, ocorreu o acidente. “Os 79 trabalhadores foram transportados em cima de umcaminhão, juntamente com 115 sacas de 60 kg de feijão. O motorista docaminhão perdeu o controle da direção e caiu num precipício deaproximadamente 15 metros”, relatou Germano. Mais de 30 pessoas tiveram ferimentos graves e 14 delas morreram.