Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),ministro Gilmar Mendes, criticou hoje (8) à noite, antes da solenidade de possedo novo secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça, Álvaro Ciarini, o queclassificou como “de novo, um quadro de espetacularização das prisões”por parte da Polícia Federal. Mendes referiu-se à Operação Satiagraha, queresultou hoje nas prisões do ex-prefeito de São Paulo CelsoPitta, do banqueiro Daniel Dantas e do empresário Naji Nahas, além deoutros 17 acusados de crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e formaçãode quadrilha.O ministro considerou esse procedimento da PolíciaFederal “dificilmente compatível com o estado de direito” e tambémcondenou “o uso abusivo de algemas”, acrescentando que “tudo isso terá que ser discutido”.O presidente do Supremo qualificou ainda como “absurdos” os pedidos de prisão preventiva, busca e apreensão dajornalista Andréa Michael, do jornal Folha de São Paulo, por terantecipado, em reportagem publicada no dia 26 de abril, o teor daoperação Satiagraha.De acordo com informação publicada na página do STFna Internet, o ministro disse que “prender um jornalista por revelaruma informação faz inveja ao regime soviético. Ainda bem que o juiznegou o pedido”. Gilmar Mendes definiu como abuso do próprio pedido deprisão preventiva a atitude da Polícia Federal em relação à jornalistaAndréa Michael e questionou tal procedimento: “Caso se impute àjornalista prática de uma infração, qualquer que ela seja, qual é ajustificativa para a prisão preventiva? Ela poderia fugir? Ela poderiadar cabo de provas?”, indagou Gilmar Mendes.