Cacciola recorre ao STF para tentar se livrar da extradição

08/07/2008 - 21h16

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ex-banqueiro Salvatore Alberto Cacciola, que teveo pedido de sua extradição aceito pelo Principado deMônaco, ajuizou hoje (8) no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de habeas corpus para aguardar em liberdade, sem serextraditado para o Brasil, o julgamento de uma apelaçãocontra sua condenação por crimes contra o sistemafinanceiro. O juiz Guilherme Calmon, do Tribunal Regional Federal da2ª Região (TRF-2), é o responsável poranalisar a apelação. Segundo a defesa do ex-banqueiro, o pedido deextradição do governo brasileiro violou o princípioda isonomia. Isso porque o Brasil exigiria na análise do pedido de extradição de país estrangeiro que osuposto ilícito seja considerado crime no paísrequerente. “No caso de Cacciola isso não ocorre, jáque no Principado de Mônaco gestão fraudulenta deinstituição financeira não é consideradocrime”, ressalta a defesa. Os advogados acrescentam que asautoridades brasileiras se valem do caso para “censuráveis”propósitos políticos. Cacciola foi condenado em 2005 a treze anos deprisão, pelo crime de gestão fraudulenta deinstituição financeira. Ele foi preso no principado emsetembro de 2007 por agentes da Interpol, depois que a 6ª VaraFederal Criminal do Rio de Janeiro expediu o mandado. Posteriormenteo governo brasileiro solicitou a extradição, deferidana semana passada pelo príncipe Albert II.A expectativa do governo brasileiro é concretizar o retorno de Cacciola ao país em no máximo duas semanas. O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, já adiantou que Caccciola virá escoltado em vôo de carreira, transportado como outro preso qualquer que tenha de regressar ao país.