Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governador do Rio, Sérgio Cabral, disse hoje (8) que osdois policiais militares responsáveis pela morte do menino João Roberto Amaral,de três anos, vão ser expulsos da corporação. Cabral chamou o crime de“atrocidade” e classificou os PMs de “débeis mentais”. O garoto foi atingidopor dois tiros, quando o carro em que estava com sua mãe e um irmão menor foifuzilado pelos policiais, que perseguiam bandidos, no último domingo (6), na Tijuca (zona norte).Cabral disse que a família foi vítima da incompetência fataldos PMs e revelou que não conseguiu dormir na última noite, após ver pelatelevisão o desabafo emocionado do pai de João Roberto.“Como pai, eu custei a dormir esta noite com a imagem do paido menino. Eu pensei no seu sofrimento e no seu desespero. Como governador, [foi] um erro fatal, de incompleta capacidade de discernimento num momento detensão, uma atrocidade cometida contra inocentes, vítimas da incompetência dosdois policiais”, disse Cabral.O governador disse que os dois policiais deverão serexpulsos da PM. “Foi cometido um crime. É como disse o pai do menino:‘metralharam a minha família’. Estão fora da polícia. Não tem conversa. Como eujá botei para fora 300 e vão quantos forem necessários, que não se comportaremdignamente, seja extorquindo, seja matando inocentes”, disse.Cabral conversou com a imprensa após a solenidade deinauguração de um tele-centro destinado a cursos à distância para policiaismilitares, para terem direito a receber bolsa de R$ 400 do ProgramaNacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), financiada com recursos dogoverno federal, por meio do Ministério da Justiça.Entre os cursos disponíveis para os soldados, estão: “Usoprogressivo da força”, “Técnicas e tecnologias não-letais de atuação policial”,“Identificação veicular” e “Direitos humanos”, habilidades que ajudam opolicial na abordagem à população e que podem evitar tragédias como a do meninoJoão Roberto.