Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os países emergentes que compõem o GrupoBric (Brasil, Rússia, China e Índia) têm condições de atravessar aturbulência que ora se verifica no mercado mundial, mantendo suaseconomias em expansão, embora tenham que conviver com inflação em altae algum aperto monetário.A afirmação é do chefe do Núcleo de NegóciosInternacionais da Trevisan Consultoria, Pedro Raffy Vartanian, paraquem a inflação mais elevada nos países do grupo pode resultar em convergência nataxa de crescimento de seus quatro integrantes, com vantagem para o Brasil,segundo ele.Vartanian acredita que, embora o Brasil tenha a menortaxa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezasproduzidas no país, “é o país que apresenta melhor controle dainflação, dentre eles, e os outros terão que fazer ajuste mais forte”.De acordo com projeção da agência de classificação derisco Fitch Ratings, o Brasil deve crescer 4,1% em 2009 e 4,3% em 2010,contra expansão média de 10% da China nos dois exercícios, de mais de8% da Índia e de mais de 6% da Rússia.Apesar da defasagem percentual, o consultor daTrevisan enumera algumas vantagens adicionais para o Brasil, citadas emrecente artigo da revista inglesa The Economist, a começar pelo fato deo Brasil não ter um nacionalismo agressivo, que periodicamente assolaos outros três países.Além disso, conforme registrou a revista inglesa, 83% da populaçãobrasileira é urbana. Portanto, a divisão entre campo ecidade não é uma ameaça como na China e naÍndia.O fato de o Brasil ter uma democracia multipartidária,associada à liberdade de expressão, também ajuda a negociar mudançassociais, ao contrário do que ocorre na Índia e na Rússia, de acordo coma The Economist.