Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O depoimento dodeputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força,no Conselho de Ética da Câmara, foi interrompido natarde de hoje (8) por causa do inicio da Ordem do Dia. O depoimentoprossegue amanhã, às 9h. O parlamentar respondea processo por quebra de decoro parlamentar pelas acusaçõesde envolvimento em esquema de desvios de recursos de empréstimosdo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES).O relator do processo,deputado Paulo Piau (PMDB-MG), disse que nessa primeira parte dodepoimento o deputado não convenceu da sua inocência. “Não hánenhum convencimento. Nós temos que aprofundar asinvestigações, porque persistem dúvidas queprecisam ser sanadas”, disse. Paulo Piau éfavorável a uma reunião fechada do conselho para que odeputado Paulinho da Força possa dar explicaçõesmais detalhadas. A líder doP-SOL, deputado Luciana Genro (RS), considerou o depoimento frágil.Segundo ela, o deputado não deu as explicaçõesnecessárias e não conseguiu provar sua inocência,embora tenha afirmado que é inocente. “O depoimento nãotem consistência. As explicações sãofrágeis, são superficiais. E a falta da documentaçãocompleta do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o processo nosimpede de contrapor os argumentos dele de forma mais contundente”,disse.O deputado Paulinho daForça reafirmou que é inocente, disse que nãorecebeu qualquer cheque e que nunca usou o seu mandato parlamentarpara cometer qualquer irregularidade. Ele confirmou ser amigodos acusados João Pedro de Moura e do advogado Ricardo Tosto,mas negou que tenha participado de qualquer esquema de desvio derecursos públicos. O Conselho de Éticaaprovou os requerimentos para convidar 17 testemunhas para depor noprocesso. Quatro delas foram apresentadas pela defesa de Paulinho eoutras 13 pelo relator Paulo Piau. João Pedro deMoura e Ricardo Tosto, testemunhas de defesa de Paulino, tambémforam convidados pelo relator Paulo Piau. As outras testemunhasde Paulinho são o ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior, e o presidente do BNDES,Luciano Coutinho.Entre as testemunhaspropostas pelo relator estão a mulher do acusado, ElzaPereira, o coronel reformado Wilson Consani, o chefe da OperaçãoSanta Tereza, delegado da Polícia Federal Rodrigo Levin e oprefeito de Praia Grande (SP), Alberto Mourão.